Fernando Dal-Ri Murcia

Professor e diretor FIPECAFI Projetos, professor do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de São Paulo - FEA/USP, e Doutor em Contabilidade e Controladoria pela USP

Opinião

O Brasil pode se tornar o grande protagonista mundial da sustentabilidade

Defender a agenda ESG é uma ganha-ganha para o nosso país. Que o próximo governo possa capitalizar esse nosso potencial

Preferência. Mais de 40% dos investimentos na compensação vão para projetos de recuperação das florestas. Uma oportunidade para o País – Imagem: iStockphoto
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A afirmação do primeiro ministro da Noruega – após a vitória de Lula da Silva – de que o país irá reativar o Fundo Amazônia confirma algo que já comentamos aqui: o Brasil tem o potencial de ser o grande protagonista mundial na agenda da sustentabilidade. 

Esse protagonismo decorre, principalmente, de termos o ativo mais valioso do mundo: a floresta amazônica, que, além de sua contribuição como reservatório de carbono e fornecedora de água, contém mais da metade da biodiversidade do mundo, ou seja, detém um potencial para desenvolvimento de biotecnologia inimaginável. Por esse motivo, como se costuma dizer: a floresta vale mais em pé do que derrubada. 

Do mesmo modo, em termos de matriz energética, o Brasil se encontra em situação igualmente privilegiada devido à disponibilidade de recursos naturais e à geografia do país, que propicia a geração de energia hidráulica, eólica, solar, entre outras. Já tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e podemos evoluir ainda mais. 

Nesse contexto, o Brasil tem a oportunidade de assumir uma posição de grande destaque. Os benefícios serão imensos: haverá uma maior entrada de recursos financeiros estrangeiros em nosso país, sejam eles direcionados à conservação da floresta ou destinados a projetos comerciais.

A captação de recursos para conservação da Amazônia em nada fere a nossa soberania – desde que sejamos nós os responsáveis por aplicar esse dinheiro, cabendo aos financiadores a função de fiscalização.

Na ótica empresarial, a atração de recursos para projetos de energia renovável ou créditos de carbono, tende a gerar emprego e renda para a população. Os investidores estrangeiros têm particular interesse nessa agenda.

Nosso agronegócio – que já é uma potência mundial – irá se beneficiar ainda mais com o reconhecimento do nosso país como protagonista da agenda de sustentabilidade. O selo agronegócio sustentável agrega valor aos nossos produtos, além de atender as exigências socioambientais cada vez mais restritas dos consumidores. 

Em suma: defender a agenda ESG é uma ganha-ganha para o nosso país. Que o próximo governo possa capitalizar esse nosso potencial contribuindo para a sustentabilidade do planeta como um todo – e, claro, com a melhoria da qualidade de vida da nossa população. 

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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