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Renováveis e competitivas

Fontes solares e eólicas registram queda de preço por megawatt no Leilão de Energia Nova

Imagem: Renato Alves/Ag. Brasília/GOVDF
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A oferta de energia limpa e renovável foi destaque no último Leilão de Energia Nova, realizado, na sexta-feira 14, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Houve quebra da hegemonia das hidrelétricas e dos combustíveis fósseis que dominaram todos os pregões do ano passado. As fontes solar e eólica obtiveram os menores preços médios do certame, respectivamente 175,66 reais e 171,20 reais o megawatt-hora. Assim, observou o Instituto de Energia e Meio Ambiente, elas se mantêm como as duas opções mais baratas entre todos os tipos de fontes comercializadas. Dos 22 empreendimentos, totalizando 557,5 megawatts de potência comprados pela Cemig e Equatorial, a geração solar representou 44%, as hidrelétricas, 55,3%, as eólicas, 11,2%, e a biomassa, 8,2%. Outro 0,8% virá de uma usina de resíduos sólidos. Para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), essa fonte poderia ter liderado o leilão, não fosse o “jabuti” da lei da capitalização da Eletrobras, que obriga a contratação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) a preços médios de venda 57% mais caros do que aqueles de usinas solares. O diretor-executivo do Iema, André Luís Ferreira, ressaltou ser preciso debater com a sociedade “se faz sentido utilizar o setor elétrico, em especial seus consumidores, para alavancar a expansão da indústria do gás natural no Brasil”, via leilões concebidos para ampliar a geração por meio de gás natural, mais caro e mais poluente.

Imagem: Forum HFX 2021


CERCO AO DESMATAMENTO

Imagem: Redes sociais

A Comissão Pastoral da Terra e a ONG francesa Notre Affaire à Tous, apoiadas pela ­Rainforest Action Network, dos EUA, notificaram o banco francês BNP Paribas por prestar serviços financeiros a frigoríficos, em particular o Marfrig, o segundo do Brasil, associado ao desmatamento, à grilagem de terras indígenas e ao trabalho escravo, em fazendas de gado que abastecem suas unidades de processamento de carne. É a primeira notificação sob a lei francesa do Dever da Vigilância, que impõe às multinacionais o dever de “prevenir graves violações dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, da saúde e da segurança das pessoas e do meio ambiente”.


INSIDER

A Comissão de Valores Mobiliários apura dois casos de informação privilegiada ­(insider trading) a envolver dois figurões: Luiz Barsi, o maior investidor individual do ­País, e ­Fábio Hering, herdeiro da tecelagem. Barsi teria se aproveitado do fato de integrar o Conselho de Administração da Unipar Carbocloro para comprar ações antes da divulgação de operação com a ­Compass Minerals. O caso de Hering envolve a associação com a ­Arezzo e o Grupo Soma. No início do mês, Rafael Bossolani, diretor de Relações com Investidores da Hering à época do negócio, fechou acordo de 400 mil reais para encerrar processo da CVM, por não ter divulgado fato relevante.


CONSIGNADO

O Ministério Público pediu a suspensão da oferta do crédito consignado do Auxílio Brasil pela Caixa Econômica Federal e citou possível “desvio de finalidade” e uso “meramente eleitoral”. Em seus primeiros três dias, a operação da Caixa liberou 1,8 bilhão de reais para cerca de 700 mil beneficiários, a juros mensais de 3,45%. O autor da medida cautelar, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, afirma que o resultado “impõe dúvidas sobre as finalidades perseguidas mediante essa atividade”. Em medida cautelar, Furtado pede a suspensão das concessões até o Tribunal de Contas da União julgar o assunto.


LAB

O Polvo Lab, Laboratório de Economia Criativa de Impacto das empresárias Ana Maria Diniz e Gabriella Marques, foca no desenvolvimento de parcerias com cooperativas, grupos de produtores, pequenas empresas de impacto, nanoempreendedores e associações para conectar negócios com potencial de expansão em mercados promissores, em troca de 15% do faturamento. A primeira iniciativa em curso reúne integrantes da Cooperativa Mista dos Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (PI). Outra, recém-iniciada, visa derivados de leite de cabra com a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (BA).

PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1231 DE CARTACAPITAL, EM 26 DE OUTUBRO DE 2022.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “Renováveis e competitivas”

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