Sergio Takemoto

Presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae)

Opinião

Empregados da Caixa e a missão na crise Yanomami

Os trabalhadores do maior banco público da América Latina precisam de um ambiente saudável, sem assédios e sem sucateamento dos locais de trabalho

Foto: Michael Dantas/ AFP
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A crise humanitária da população Yanomami expôs à sociedade o impacto da política de apagamento de povos originários do Brasil protagonizada pelo governo Bolsonaro. Ciente da situação de vulnerabilidade alimentar, sanitária e de grave desnutrição em que se encontravam os yanomamis, o então chefe do Executivo decidiu cortar a distribuição de comida para a região. Além disso, mesmo sendo informado do aumento do garimpo na terra indígena, suspendeu as fiscalizações de combate ao garimpo.

O grito de socorro dos povos indígenas ecoou na Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal, que, com as Associações do Pessoal da Caixa, lançou em janeiro a campanha SOS Yanomami. A Organização Não Governamental Moradia e Cidadania, criada pelos empregados da Caixa, também se juntou à ação para ampliar a atenção aos indígenas.

Os empregados da Caixa que contribuem com a campanha, para além da solidariedade, mostram a força da sua atuação. Novamente, os trabalhadores foram convocados pelo banco público para atuar em uma crise, desta vez humanitária. Principal operadora de políticas públicas do País, a Caixa Econômica Federal foi chamada para socorrer a população indígena de Roraima e Amazonas. A pedido da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, a parceria entre o banco público e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome instalou duas agências do banco e uma Casa Lotérica para atendimento especializado aos indígenas nos estados. E são esses trabalhadores da Caixa que têm a missão de levar dignidade aos indígenas que sofreram com a falta do Estado.

A Caixa reforça seu caráter imprescindível para a população brasileira. Muito mais que atividades bancárias, a estatal existe para operar o social, atender a população em toda a sua especificidade e fortalecer o desenvolvimento do País. Foi assim durante a pandemia e será agora com os povos originários. Os empregados fizeram esforço hercúleo para atender os beneficiários do auxílio emergencial, sem nenhum planejamento do governo federal.

Investir na área social é crucial para garantir a saúde e o bem-estar dos yanomamis. A vitória de um governo democrático salvou a vida da população Yanomami em Roraima. Por meio do governo eleito em outubro de 2022, o direito dos que mais precisam volta a ser garantido no Brasil.

Neste mesmo caminho, a Caixa aos poucos vem retomando o papel que está em seu DNA, o de investir no social. O empregado da Caixa nunca esqueceu a sua responsabilidade com a população, mesmo durante os anos sombrios.

Diante desse novo chamado e de uma esperança governamental, o que todo empregado Caixa precisa agora é ser valorizado. Os trabalhadores do maior banco público da América Latina precisam de um ambiente saudável, sem assédios e sem sucateamento dos locais de trabalho. É dessa forma que os empregados irão atender ainda melhor os povos originários, os yanomamis e toda a população brasileira.

Este texto não representa, necessariamente, a opinião de CartaCapital.

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