Política
Empresa denunciou corrupção na Terra Yanomami a Bolsonaro em 2019, diz TV
A companhia se diz vítima de cobrança de propina, achaque e fraude em licitação
Uma empresa de tráfego aéreo denunciou em 2019 suposta cobrança de propina, achaque e fraude em licitação, implicando o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Francisco Dias, nomeado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) para o cargo de coordenador Distrital de Saúde Indígena do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. A Voare era, à época, a única companhia do setor autorizada a operar na reserva. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira 15 pela CNN Brasil.
Segundo a emissora, o ofício com a denúncia foi recebido por uma servidora da Presidência. A equipe de Bolsonaro afirmou, por sua vez, que todas as comunicações enviadas ao Palácio do Planalto eram encaminhadas aos ministérios responsáveis.
No documento, a Voare diz que atendia diversas comunidades por meio de contratos com a Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde.
“Ocorre que, recentemente, o coordenador do Distrito Indígena Yanomami foi nomeado pelo senador Messias de Jesus, o que nos trouxe grande indignação, pois, de início, o senador pediu propina para nos manter no contrato. Caso contrário, seriamos substituídos”, diz o ofício divulgado pela CNN.
A empresa alega, ainda, que o contrato havia expirado em janeiro de 2019 e que ela trabalhava por indenização até que um vínculo emergencial fosse concretizado. Diz, porém, que o coordenador indicado pelo senador e nomeado pelo governo Bolsonaro teria decidido promover uma nova cotação de preços e alterar os requisitos para participação.
A Voare afirma ter sido desclassificada mesmo apresentando o menor valor para o serviço.
À CNN Brasil, a assessoria do senador Mecias de Jesus enviou uma nota de Francisco Dias, então coordenador do distrito sanitário Yanomami, a argumentar que a Voare teria deixado de prestar serviços após ter sido constatada uma série de irregularidades, como aeronaves inadequadas.
Dias declarou ter fornecido explicações ao Ministério Público de Roraima e comprovado que a Voare prestava serviços sem contrato.
A equipe do senador ainda enviou um vídeo à emissora no qual ele sustenta que a empresa não tinha condições de executar os serviços e rechaça “toda e qualquer denúncia vazia, leviana e descabida, como essa fala de que ele pediu propina”.
Mecias de Jesus compõe a Comissão Temporária Externa criada pelo Senado para acompanhar a situação dos yanomamis e a saída dos garimpeiros.
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