Sempre que falo com alguém por telefone, pessoalmente, por zap, por mensagem de voz, vem logo a pergunta:
O que será que vai acontecer?
Com os meus botões, eu penso: como assim? Estão querendo saber se o calor vai chegar, se o preço do leite vai baixar, se o Datafolha vai sair? Mas sei que o que querem saber é o que vai acontecer em nosso País, quando outubro chegar:
Lula vai ganhar no primeiro turno? Corre risco no segundo? Quem ganhar vai levar? E se Bolsonaro for reeleito?
Não é de hoje que vivemos essa espécie de angústia. A mesma angústia de um pequeno agricultor que olha pro céu procurando uma nuvem de chumbo, de um dono ver o cão atropelado, de um goleiro na hora do pênalti.
A gente quer que passe logo, a gente quer virar a página da folhinha e ver lá raiar o mês de outubro.
Todos os meus amigos e amigas são unânimes em afirmar que Bolsonaro ganhar não é possível. O cara armou os brutamontes, tacou fogo na Floresta Amazônica, estraçalhou a educação, voltou com a inflação, se lixou para a morte de quase 700 mil pessoas e puxou coro com um imbrochável em plena comemoração do bicentenário da nossa Independência.
Bolsonaro é uma pessoa nefasta, como outros foram nos anos 1930 e 1940, mas ele está aí. De minuto e minuto ele aparece na televisão, que reprisa insistentemente o seu discurso ilegal e imoral.
O que será que vai acontecer?
Meus amigos e amigas já começam a temer por Lula, se ele ganhar. Temer por sua vida, pela sobrevivência do País que está respirando com ajuda de aparelhos.
Estamos numa encruzilhada. Para onde ir? Eu vou virar à esquerda e seguir toda vida, como se diz lá na minha Minas Gerais.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login