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Venezuela reage aos EUA e classifica exercício militar na Guiana como ‘provocação’

A disputa pelo Essequibo ganhou força depois de a petroleira americana ExxonMobil descobrir significativas jazidas de petróleo

Maduro discursa na Venezuela após divulgação do resultado do referendo sobre Essequibo. Foto: Pedro Rances Mattey / AFP
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O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, classificou como “provocação” os exercícios militares dos Estados Unidos na Guiana, em meio a uma disputa sobre o Essequibo, um território rico em petróleo.

“Essa infeliz provocação dos Estados Unidos a favor da ExxonMobil na Guiana é outro passo na direção errada. Alertamos que não irão nos desviar de nossas futuras ações pela recuperação do Essequibo. Não se enganem! Viva a Venezuela!”, publicou López na rede X.

Mais cedo, os Estados Unidos anunciaram uma série de exercícios aéreos militares na Guiana.

Há quatro dias, o governo de Nicolás Maduro promoveu um referendo para obter apoio à sua reivindicação sobre Essequibo, uma região rica em petróleo equivalente a 2/3 do território da Guiana.

Após a aprovação do referendo por 95% dos eleitores, segundo dados oficiais, Maduro propôs uma lei para criar uma província venezuelana na área disputada. Ele também ordenou que a petrolífera estatal conceda licenças para extrair petróleo bruto em Essequibo.

Nesta quinta, a embaixada norte-americana na Guiana informou que, “em colaboração com as Forças de Defesa da Guiana, o Comando Sul dos EUA conduzirá operações de voo dentro da Guiana em 7 de dezembro”.

O texto acrescenta que o exercício “se baseia em compromissos e operações de rotina para melhorar a associação de segurança entre os Estados Unidos e a Guiana e fortalecer a cooperação regional”.

A disputa pelo Essequibo ganhou força depois de a petroleira americana ExxonMobil descobrir significativas jazidas de petróleo em 2015.

A Venezuela argumenta que o Essequibo faz parte de seu território, como em 1777, quando era colônia da Espanha, e apela ao acordo de Genebra, assinado em 1966, antes de a Guiana se tornar independente do Reino Unido.

A Guiana, por sua vez, defende um laudo de 1899 e tenta ratificá-lo na Corte Internacional de Justiça, cuja jurisdição não é reconhecida por Caracas.

A pedido da Guiana, o Conselho de Segurança da ONU se reunirá a portas fechadas nesta sexta-feira 8 para discutir o assunto. Em carta à qual a agência AFP teve acesso, o chanceler guianense, Hugh Hilton Todd, solicita ao órgão “uma reunião urgente”.

Enquanto isso, no âmbito da cúpula do Mercosul realizada no Rio de Janeiro, o presidente Lula (PT) propôs a mediação da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos na disputa e pediu aos presidentes de Argentina, Uruguai e Paraguai que cheguem a uma declaração conjunta.

(Com informações da AFP)

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