Um sobrevivente de quatro campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial foi morto na última sexta-feira (18/03) em um bombardeio russo contra edifícios residenciais em Kharkiv, no leste da Ucrânia.
Boris Romantchenko tinha 96 anos e estava em seu apartamento quando o seu prédio foi atingido. Sua morte foi divulgada nesta segunda-feira (21/03) por Jens-Christian Wagner, diretor da fundação que administra os memoriais dos campos de concentração de Buchenwald e Mittelbau-Dora, que disse ter sido informado por parentes da vítima.
Romantchenko havia sobrevivido aos campos de concentração de Buchenwald, Peenemünde e Mittelbau-Dora, no estado alemão da Turíngia, e de Bergen-Belsen, onde morreu Anne Frank, no estado alemão da Baixa Saxônia. Ele era vice-presidente do comitê internacional Buchenwald-Dora e, desde a década de 90, participava regularmente de eventos no local onde ficava o campo de Buchenwald, perto de Weimar.
1/2
Wie wir von Angehörigen erfahren haben, wurde unser Freund Boris Romantschenko, der die KZs #Buchenwald, #Peenemünde, #Dora und #BergenBelsen überlebt hatte, am vergangenen Freitag bei einem Bombenangriff auf sein Wohnhaus in #Charkiw getötet. Wir sind zutiefst bestürzt. pic.twitter.com/SOMAdpQn35
— Stift. Gedenkstätten Buchenwald und Mittelbau-Dora (@Buchenwald_Dora) March 21, 2022
Em 2012, Romantchenko havia feito a leitura do juramento de Buchenwald, que propunha “construir um novo mundo de paz e liberdade”. Nos últimos meses, porém, ele havia saído pouco de seu apartamento em Kharkiv, com medo de contrair covid-19.
No início da guerra da Ucrânia, Wagner já havia manifestado preocupação com os sobreviventes do campo de concentração que vivem no país. É “particularmente trágico para os ucranianos sobreviventes de campos de concentração, que sofreram ao lado de prisioneiros russos nesses campos e que agora estão em abrigos antiaéreos com suas vidas ameaçadas por bombas russas”, afirmou o diretor da fundação dos memoriais de Buchenwald e Mittelbau-Dora, no início do conflito.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login