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Rússia diz que Ucrânia neutra como a Áustria pode ser acordo para terminar a guerra

Apesar de oferecer uma dura resistência, a Ucrânia se diz pronta para negociar um cessar-fogo

O presidente russo Vladimir Putin. Foto: Sergei Guneyev/Sputnik/AFP
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O governo russo afirmou, nesta quarta-feira 16, que busca um status de neutralidade para a Ucrânia nos moldes do que ocorre com a Áustria.

“Esta é uma variável que está sendo discutida atualmente e que poderia realmente ser vista como um compromisso”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a agência de notícias RIA no 21º dia do que a Rússia chama de sua operação militar especial na Ucrânia.

Apesar de oferecer uma dura resistência, a Ucrânia se diz pronta para negociar um cessar-fogo. No entanto, reafirma que não irá se render ou aceitar aos ultimatos russos.

Segundo o negociador-chefe de Moscou, Vladimir Medinsky, a Ucrânia propôs um estado de neutralidade militar. Isso significa que o país manteria alguma força militar, mas de forma limitada.

A Áustria, usada como exemplo pelo presidente russo, Vladimir Putin, vincula em sua Constituição a proibição da entrada de tropas militares ou o estabelecimento de tropas estrangeiras em seu território.

Em uma de suas últimas aparições para a nação, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, afirmou que qualquer acordo de paz deve proteger seu país de ameaças futuras.

“Nós podemos e devemos lutar hoje, agora. Podemos e devemos defender nosso estado, nossa vida, nossa vida ucraniana”, disse em um discurso em vídeo. “Podemos e devemos negociar uma paz justa, mas justa para a Ucrânia – garantias reais de segurança que funcionarão”.

As expectativas para as negociações se tornaram mais positivas nos últimos dias, principalmente após o pronunciamento feito por Zelenskiy, na terça-feira 15, em que admite que a Ucrânia não deverá integrar a Otan.

Os principais pontos em análise dos negociadores estão voltado para as regiões separatistas do Donbass e a Crimeia, território retomado pela Rússia após a queda do governo pró-Moscou na Ucrânia.

Questões humanitárias e a “desnazificação” também estão em pauta.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse ao jornal russo RBC  que as discussões sobre a neutralidade e as garantias de seguranças “estão próximas de um acordo”.

O negociador-chefe de Kiev, Mykhailo Podolyak, também comentou sobre um sistema de segurança internacional em que outras nações ofereceriam proteção à Ucrânia no caso de um ataque futuro.

“Isso significa que os signatários das garantias não ficam de lado no caso de um ataque à Ucrânia, como hoje”, disse, “mas eles participam ativamente do lado da Ucrânia no conflito e nos fornecem oficialmente um fornecimento imediato da quantidade necessária de armas”.

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