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Rússia diz negociar com a Ucrânia diariamente, sem folgas; 4ª rodada oficial termina sem avanço

Enquanto isso, Putin recorre a aliados para tentar aliviar o peso de sanções ocidentais

O presidente russo Vladimir Putin. Foto: Sergei Guneyev/Sputnik/AFP
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O governo da Rússia afirmou nesta segunda-feira 14 que as negociações com a Ucrânia ocorrem diariamente, sem folgas, por videoconferência. A afirmação partiu do assessor presidencial Vladimir Medinsky, chefe da delegação russa nas tratativas com Kiev.

“Esse formato economiza muita energia e muitos meios. Estamos tentando fazer o nosso melhor para garantir o cumprimento das tarefas estabelecidas por Vladimir Putin e pelo bem do futuro pacífico da Rússia”, disse Medinsky em publicação no Telegram.

Mais cedo, um dos negociadores do governo ucraniano declarou que houve uma “pausa técnica” nos diálogos. O objetivo da interrupção, que segundo Mikhailo Podolyak deve durar até esta terça 15, é “permitir que sigamos trabalhando nos subgrupos de trabalho e esclarecer alguns termos”.

As conversas desta segunda ocorreram virtualmente. Já houve três rodadas marcadas por discussões frente a frente, em Belarus (duas vezes) e na Turquia.

Putin e seus aliados

As aliadas Belarus e Rússia concordaram nesta segunda em reestruturar os pagamentos dos empréstimos concedidos por Moscou e em interromper o uso do dólar em acordos ligados a fontes de energia. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro bielorrusso, Roman Golovchenko.

“Foi adotada uma decisão para reestruturar os empréstimos concedidos pela Federação Russa, reembolsá-los em parcelas e convertê-los da moeda estrangeira para rublos russos. Em princípio, ela se aplicará a todos os nossos acordos. Além disso, adotamos uma decisão de parar de usar o dólar em todos os nossos acordos para fontes de energia”, disse Golovchenko, citado pelo serviço de imprensa do governo bielorrusso.

O aspecto militar

Nesta manhã, duas pessoas morreram e três ficaram feridas após um prédio residencial no noroeste de Kiev ser atingido por um projétil.

Também nesta segunda, o governo de Vladimir Putin deixou claro que considera assumir o controle total das principais cidades da Ucrânia.

“O Ministério da Defesa, para garantir a máxima segurança da população civil, não descarta a possibilidade de tomar o controle total das principais cidades que já estão cercadas”, disse o porta-voz da Presidência, Dmitri Peskov.

Além disso, autoridades russas afirmaram que 23 pessoas morreram devido ao impacto de um míssil ucraniano em Donetsk e acusaram Kiev de um “crime de guerra”.

De acordo com o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, o exército ucraniano disparou um míssil Tushka-U contra uma área residencial de Donetsk, grande cidade industrial autoproclamada “capital” do território separatista pró-Rússia.

Durante uma conversa por telefone com o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, Putin denunciou o que considera um “novo ato de barbárie do exército ucraniano”, segundo o Kremlin.

O exército da Ucrânia, por sua vez, negou ter disparado um míssil contra Donetsk. “Trata-se definitivamente de um míssil russo ou de outro tipo de munição”, argumentou o porta-voz Leonid Matiukin.

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