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‘Que nunca mais fechem as portas entre Brasil e Venezuela’, diz Maduro após encontro com Lula

Segundo o presidente venezuelano, os países viveram uma ‘época de ouro’, interrompida nos últimos anos ‘de um dia para o outro’

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, celebrou a volta das relações diplomáticas com o Brasil após Lula (PT) retornar à Presidência da República. Os chefes de Estado se reuniram nesta manhã em Brasília.

Após o encontro, Maduro afirmou ter mantido uma conversa “boa, proveitosa e longa” com Lula. Segundo o venezuelano, os países viveram uma “época de ouro”, interrompida nos últimos anos “de um dia para o outro”.

“A ideologização extrema das relações exteriores é um fenômeno que consiste na aplicação de fórmulas extremistas que vão para a direita e buscam dividir e atropelar as relações”, declarou o sucessor de Hugo Chávez.

Maduro pediu que “esta nova época” de diálogo com o Brasil marque uma cooperação em áreas como economia, comércio, educação, saúde, cultura e agricultura. Ele defendeu, ainda, um “relacionanento horizontal” e voltou a lamentar as sanções impostas a Caracas por países ocidentais.

“Lançaram na Venezuela algo como mísses. 900 medidas de sanções econômicas. Sancionaram tudo o que era possível e impossível de sancionar”, criticou. “A Venezuela passou de uma receita anual de 56 bilhões de dólares em petróleo a uma entrada de 700 milhoes de dólares por ano. E resistimos com coragem, de pé e sempre com um sorriso no rosto, pois nunca perdemos a esperança.”

No encerramento de seu discurso, Maduro afirmou esperar “que nunca mais fechem as portas entre Brasil e Venezuela” e que os países estejam “unidos para sempre”.

Pouco antes do presidente venezuelano, Lula discursou e defendeu a retomada de ligações entre os países.

“Penso, companheiro Maduro, que este novo tempo não vai superar todos os obstáculos que você tem sofrido ao longo desses anos”, declarou o petista. Ele também exaltou as políticas sociais implementadas pelo chavismo e pediu que as relações entre Brasil e Venezuela não sejam apenas comerciais, mas de ordem “cultural, econômica, de ciência e tecnologia, entre as nossas juventudes e as nossas universidades”.

“Pode ser feita inclusive com as nossas Forças Armadas trabalhando juntas na fronteira para combater o narcotráfico.”

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