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Protesto em Buenos Aires contra cortes do governo Milei tem detenções e repressão policial

Onze pessoas foram detidas. Entre os feridos está um jornalista do canal Crónica TV

Manifestantes protestam contra governo Milei nesta quarta-feira 10. Foto: Luis Robayo/AFP
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O centro da capital argentina, Buenos Aires, foi palco nesta quarta-feira 10 de um conflito entre manifestantes contrários ao governo de Javier Milei e policiais que acionaram o protocolo antiprotestos da ministra da Segurança, Patricia Bullrich.

Onze pessoas foram detidas. Entre os feridos está um jornalista do canal argentino Crónica TV.

Por volta das 12h, manifestantes ocuparam a avenida 9 de Julho, uma das principais vias da cidade, para protestar contra os cortes promovidos por Milei no programa Potenciar Trabajo, uma política de Estado voltada a prestar assistência a desempregados.

Levantando faixas e cortando vias da cidade, os manifestantes também repudiaram as demissões de trabalhadores promovidas por Milei em órgãos públicos da Argentina. Outro ponto de insatisfação é a redução da transferência de recursos para os chamados “comedores comunitários”, que servem para distribuir alimentos para a população de baixa renda.

O protesto seguia pacífico até que as forças de segurança se dirigiram aos arredores da 9 de Julho. A polícia usou jatos de água e chegou a disparar balas de borracha contra os manifestantes, que revidaram atirando pedras. 

Dirigente da Corriente Clasista y Combativa (CCC), uma das organizadoras da mobilização desta quarta, Juan Carlos Alderete criticou o que definiu como uso excessivo da força por policiais.

Selvagem repressão do governo a quem só pede comida para os comedores comunitários. Enquanto a política de Milei fizer crescer a fome e o desemprego, a única resposta que será a repressão. Parece que na Argentina não está mais em vigência o direito de se manifestar”, disse Alderete em postagem na rede X.

O secretário de Segurança da cidade de Buenos Aires, Diego Kravetz, alegou ter buscado um diálogo inicial com os manifestantes, sem sucesso.”Nós falamos com os organizadores e tentamos dialogar, mas eles não querem dialogar. Quando começaram a paralisar as ruas, solicitamos de modo imperativo que parassem com a contravenção. Quando não respondem, começamos [a acionar o protocolo de segurança].”

Desde que chegou à Presidência, em dezembro, Milei coloca em prática um protocolo de segurança com o objetivo de impedir que ruas sejam bloqueadas por protestos. 

Protestos dessa natureza – que podem incluir ruas ou estradas – são relativamente comuns na Argentina e costumam ser organizados por manifestantes conhecidos como piqueteros. Esses atos começaram a ganhar força nos anos 1990, nos tempos do ex-presidente Carlos Menem.

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