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Presidente egípcio deposto vai ser julgado por ‘incitação ao assassinato’

Rede de televisão oficial do Egito anunciou que Mohamed Morsi e mais 14 lideranças da Irmandade Muçulmana serão julgadas por “incitar ao assassinato e à violência” nas manifestações pelo país

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O ex-presidente egípcio Mohamed Morsi, destituído e detido pelo Exército no dia 3 de julho, será julgado com outras 14 lideranças e membros da Irmandade Muçulmana por “incitação ao assassinato e à violência”, anunciou neste domingo, 1º de setembro, a rede de televisão oficial do país. A data do julgamento ainda não foi anunciada.

O presidente islamita deposto deverá responder pela morte de pelo menos sete manifestantes em dezembro de 2012, durante as grandes manifestações em que era acusado de querer islamizar a legislação do país, após a publicação de um decreto constitucional. Em consequência, confrontos eclodiram entre partidários e opositores de Mursi.

Entre os 14 acusados ao lado de Morsi estão Essam al-Erian, número 2 do partido da Liberdade e da Justiça (PLJ), braço político da Irmandade Muçulmana, e Mohamed Beltagi, ex-parlamentar e um dos últimos líderes do movimento de Morsi detidos pelas autoridade na quinta-feira.

Depois da destituição de Morsi e da dispersão em meio a um banho de sangue de seus partidários, no dia 14 de agosto no Cairo, mais de mil pessoas, em sua maioria manifestantes fiéis a Morsi, morreram e mais de 2.000 irmãos muçulmanos foram detidos, incluindo seus principais dirigentes.

Mantido em um lugar secreto desde a sua deposição, Morsi já estava detido por um caso relacionado a sua fuga da prisão durante a revolta popular que derrubou seu antecessor, Hosni Mubarak, no início de 2011.

Neste primeiro caso, as acusações se referem, em particular, a uma ajuda que teria sido concedida pelo Hamas para que fugisse de uma prisão onde o regime Mubarak o havia colocado no início de 2011, pouco antes de ser derrubado do poder.

As maiores autoridades da Irmandade Muçulmana, incluindo o seu guia supremo Mohamed Badie, devem responder também pela morte de vários manifestantes anti-Morsi, desta vez durante as grandes manifestações de 30 de junho, usadas pelo Exército como argumento para destituir o presidente.

Seu julgamento, aberto rapidamente no dia 25 de agosto, deve ser retomado no dia 29 de outubro.

*Leia mais em AFP

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