Pesquisas apontam queda na aprovação de Biden e mostram Trump como favorito para 2024

Faltando um ano para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, Donald Trump, do Partido Republicano, lidera a mais recente pesquisa de intenção de voto. Ele está à frente do atual presidente, Joe Biden, do Partido Democrata, na disputa pela Casa Branca. A pesquisa foi conduzida pelo instituto Social Science Research Solutions (SSRS) e divulgada pela rede CNN, na noite de terça-feira 7.

De acordo com o levantamento, Trump tem 49% das intenções de voto, contra 45% de Joe Biden. Entre todos os entrevistados, 51% disseram que não há qualquer hipótese de voltarem em Biden. Entre os que dizem que não o apoiam, 4% afirmaram que há uma hipótese de voto. 

A rejeição a Trump também é alta, embora menor do que a do presidente democrata: 48% afirmaram que estão convencidos que não votaram no candidato republicano. Entre os que não o apoiam, apenas 2% disseram que consideram a hipótese de votar nele.

Desde que deixou a presidência dos EUA, em 2021, Donald Trump vem respondendo a uma série de acusações formais na Justiça. Um dos casos envolve as suspeitas sobre fraude financeira no conglomerado imobiliário de Trump, fazendo com que sua filha, Ivanka Trump, tenha que depor à Justiça nesta quarta-feira 8. Em caso de eventual prisão de Donald Trump, ele ainda poderá, por lei, concorrer à Presidência.

O que explica a falta de apoio a Biden

Basicamente, o baixo apoio ao atual presidente dos Estados Unidos se deve a uma percepção geral de que as coisas não estão bem no país. A sondagem mostrou que 72% dos norte-americanos acreditam que as coisas vão mal, e que essa sensação permeia todo o mandato do democrata.

Os eleitores apontam que os principais fatores negativos na gestão Biden seriam a falta de resistência e perspicácia para servir de maneira eficaz como presidente. Apenas 25% dos entrevistados apontaram que o atual presidente possui esses dois requisitos. Por outro lado, a maioria (53%) acredita que Trump as possui.

Em uma eleição que deverá ser acirrada, os votos de eleitores independentes poderão ser importantes para definir o próximo presidente dos EUA. Nesse grupo, segundo o levantamento, 45% afirmaram que apoiam Trump. Por outro lado, 41% responderam que apoiam Biden.

Segundo os entrevistados, a economia deverá ser o tema mais importante nas eleições de 2024. Entre os eleitores registrados, 66% disseram que o tema será determinante para o voto. Nesse contexto, a situação econômica com a qual os norte-americanos deverão lidar é a seguinte: segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA é de 2,1% em 2023, repetindo o resultado do ano passado. Para 2024, o órgão estima que a economia norte-americana deverá crescer 1,5%.

Em termos de emprego, atualmente, os EUA criaram 150 mil postos de trabalho no último mês de outubro, segundo um relatório publicado na última sexta-feira 3 pelo Departamento do Trabalho do país. De acordo com o documento, a taxa de desemprego atual dos EUA é de 3,9%.

A integridade eleitoral e os direitos de voto (57%), a política de armas (52%), o crime (52%) e a imigração (50%) também são temas relevantes para o pleito do ano que vem.

Apesar da influência dos Estados Unidos nos dois principais conflitos mundiais da atualidade – a guerra entre Rússia e Ucrânia, e o conflito entre Israel e o Hamas -, a política externa não foi apontada como um fator determinante pela maioria dos entrevistados (43%).

Vale destacar que a disputa eleitoral nos Estados Unidos não possui segundo turno, de modo que o candidato vencedor não precisa, como é no caso brasileiro, obter mais de 50% dos votos válidos. 

Além disso, a vitória eleitoral não depende apenas do voto dos eleitores, mas passa por uma fórmula que envolve, também, o peso dos votos que compõem o Colégio Eleitoral. Na prática, o candidato vencedor precisa obter pelo menos 270 dos 538 votos em disputa no colegiado. Os estados com mais habitantes possuem, consequentemente, mais delegados no Colégio Eleitoral.

Maioria dos norte-americanos desaprovam o presidente

A queda na aprovação de Joe Biden também vem sendo captada por outras pesquisas. Uma delas, desenvolvida pelo instituto Ipsos, foi divulgada também na terça-feira 7 pela agência Reuters. 

Segundo o levantamento, 56% dos norte-americanos desaprovam o atual presidente, contra 39% que disseram que aprovam Biden. O percentual de desaprovação é 2% superior ao registrado na pesquisa anterior, de outubro, enquanto o índice de aprovação é 1% menor do que o captado na mesma pesquisa. De acordo com o Ipsos, a última vez que Biden registrou uma desaprovação abaixo dos 50% foi em 2022.

A pesquisa Reuters/Ipsos é feita de maneira online em todo o território norte-americano. Cada pesquisa tem uma amostra mínima de mil entrevistados. O levantamento é contínuo e está em operação desde 2012.

Já a pesquisa SSRS/CNN foi realizada com 1.514 pessoas, entre 27 de outubro e 02 de novembro. Conduzido de maneira online ou por telefone, o levantamento tem uma margem de erro de 3,1 pontos percentuais.