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Passam de 200 os mortos por inanição em culto religioso no Quênia

Segundo prefeita, 26 pessoas já foram detidas por envolvimento no massacre da floresta de Shakahola

Registro de 25 de abril de 2023 de buracos cavados após a exumação de corpos em Shakahola, fora da cidade costeira de Malindi. Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP
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Subiu para 201 o número de pessoas mortas em práticas de jejum extremo promovidas por uma seita religiosa em uma floresta do Quênia, após a descoberta de mais 22 corpos. A informação foi divulgada pela prefeita regional, Rhoda Onyancha.

Segundo ele, 26 pessoas já foram detidas por envolvimento no massacre da floresta de Shakahola, incluindo o ex-taxista Paul Nthenge Mackenzie.

Mackenzie é um autoproclamado “pastor” da Igreja Internacional da Boa-Nova que incitava seus seguidores a se privarem de comida para “encontrar Jesus”. Ele se entregou às autoridades em 14 de abril, após a descoberta das primeiras fossas. Desde então, cerca de 50 já foram encontradas.

A busca por outros corpos será interrompida por dois dias para reorganizar a investigação e será retomada na terça-feira 16, disse Onyancha.

Entre os detidos, estão membros de uma “gangue de capangas”, que vigiavam para que ninguém quebrasse o jejum ou tentasse fugir da floresta, acrescentou a prefeita.

As necropsias feitas até o momento revelaram que a maioria das vítimas, incluindo várias crianças, morreu de fome, embora também haja indícios de pessoas estranguladas, espancadas ou sufocadas, segundo o legista do governo, Johansen Oduor.

Alguns corpos tiveram órgãos retirados, o que levantou suspeitas de “um tráfico de órgãos humanos bem coordenado que envolve vários atores”, de acordo com um documento judicial divulgado na última segunda-feira.

No dia seguinte, porém, o ministro do Interior do Quênia pediu que se trate essa suspeita “com cautela”, pois ainda é “uma hipótese em curso de investigação”.

Onyancha disse que recebeu denúncias de cerca de 600 pessoas desaparecidas, algumas delas de aldeias próximas à floresta de Shakahola.

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