Para o FMI, ricos deveriam pagar muito mais impostos na América Latina

Taxas sobre classes mais abastadas ajudaria a região a superar injustiça social, disse o diretor Alejandro Werner ao 'Financial Times'

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Alejandro Werner, diretor do Fundo Monetário Internacional para o hemisfério ocidental, afirmou que as classes mais ricas deveriam pagar impostos mais altos na América Latina, por conta da necessidade de uma distribuição de renda mais igualitária na região. A declaração ocorreu em entrevista ao jornal inglês Financial Times, publicada nesta segunda-feira 21.

 

 

Prestes a deixar o cargo no FMI, após 8 anos de gestão, Werner disse que a recente agitação social em países latinos deram destaque às demandas por um sistema econômico mais justo.

“É preciso ter um sistema de tributação muito mais progressivo onde os segmentos superiores da população pagam muito mais, e então é preciso ter um sistema econômico em que a competição seja muito mais forte do que é hoje”, disse.


Para Werner, a América Latina não conseguirá avançar para o próximo estágio de desenvolvimento econômico se permanecer como a “região mais desigual do planeta”. Segundo ele, um bom ponto de partida seria instituir impostos sobre propriedades “subutilizadas”.

O FMI já havia defendido o estabelecimento de impostos mais altos para pessoas ricas como forma de tornar mais robusta a recuperação entre os países no período pós-pandemia. Os tributos poderiam recair sobre as faixas de renda, propriedades de luxo, ganhos de capital e heranças.

Em maio, Werner informou que mais de 60% do apoio do FMI na pandemia foi para a América Latina. Foram 68 bilhões de dólares para 20 países da região, 9 deles caribenhos. No total, 110 bilhões de dólares foram destinados a 85 nações.

No Brasil, propostas de reforma tributária ainda tramitam no Congresso Nacional. A questão sobre a superação da desigualdade por meio das taxas, no entanto, ainda não é um consenso.

 

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