Mundo
Novo presidente do Chile declara apoio a Lula e se diz ‘radicalmente distinto’ de Bolsonaro
Gabriel Boric afirmou, no entanto, que não pretende cortar relações com o Brasil
Empossado na sexta-feira 11 como novo presidente do Chile, Gabriel Boric manifestou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e expressou diferença com o presidente Jair Bolsonaro (PL). As declarações ocorreram nesta segunda-feira 14, durante a sua 1ª coletiva de imprensa como chefe do Executivo.
Apesar de ressaltar sua divergência radical com Bolsonaro, Boric disse que não pretende romper com o Brasil.
“Temos uma coincidência com Lula da Silva, com Dilma [Rousseff], com o Mas [Movimento ao Socialismo] na Bolívia”, afirmou. “É evidente para todos que somos radicalmente distintos de Bolsonaro, mas isso não significa que devemos cortar relações com o Brasil.”
Lula chegou a ser convidado para a posse de Gabriel Boric, mas não compareceu. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) esteve na solenidade, enquanto Bolsonaro foi representado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
Na coletiva, Boric também ressaltou apoio aos líderes regionais Gustavo Petro, candidato da esquerda à eleição na Colômbia em maio, e Alberto Fernández, presidente da Argentina, que deve ser o primeiro chefe de Estado a receber o novo presidente do Chile em agenda oficial.
Segundo destaca o jornal espanhol El País, Boric anunciou que deve retirar o Chile da organização Prosul, uma aliança de governos de direita sul-americanos que faziam oposição à Unasul, articulação entre presidentes do campo progressista da região.
Por outro lado, o presidente chileno disse que pretende “desideologizar” a Unasul e também o Grupo de Lima, criado por governos críticos a Nicolás Maduro, presidente da Venezuela.
O governo Boric tem dado importantes acenos à esquerda com atos como a incorporação de 14 mulheres no corpo ministerial de 24 integrantes. Ao mesmo tempo, o novo presidente tem a tarefa de fazer com que reformas estruturais avancem no Congresso sem ter a maioria nas bancadas.
A nova gestão entra em vigor, ainda, em pleno andamento da elaboração de uma nova Constituição, após intensos protestos pela derrubada da Carta Magna da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
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