Mundo
Nova Zelândia proíbe armas semiautomáticas de estilo militar
Governo anuncia o banimento de armamentos similares àqueles utilizados no atentado em Christchurch
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta quinta-feira 21, em pronunciamento em rede nacional, que fuzis de assalto e armas semiautomáticas como aquelass usadas no ataque da última sexta-feira em duas mesquitas de Christchurch serão proibidas no país.
Também serão banidos os carregadores de alta capacidade e peças utilizadas para transformarem alguns fuzis em semiautomáticos, como supostamente ocorreu no ataque. Embora a polícia não tenha divulgado detalhes, evidências sugerem que ao menos uma das armas utilizadas era um fuzil semiautomático similar a um AR-15, amplamente disponível no país.
“A Nova Zelândia vai proibir todas as armas semiautomáticas de estilo militar. Vamos também proibir as armas de assalto”, declarou Ardern. “Em resumo, todas as armas semiautomáticas usadas no ataque terrorista de sexta-feira serão proibidas neste país”, afirmou.
A expectativa é que a lei entre em vigor até 11 de abril. A iniciativa ganhou amplo apoio popular. A proposta contém “exceções rigidamente monitoradas”, segundo a governante. Fazendeiros que abatem o próprio gado, competições internacionais de tiro da polícia e Forças de Defesa e o controle de pragas são algumas delas.
Na Nova Zelândia, é fácil comprar armas (Foto: William West/AFP)
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“Para todos os outros, a venda dessas armas termina agora. Eu espero que elas sejam devolvidas aos fabricantes e que nunca mais voltem para a Nova Zelândia”, afirmou a primeira-ministra. Ardern destacou que o atirador adquiriu legalmente as armas que usou, cuja capacidade foi aumentada “com uma simples compra online”.
What has happened in Christchurch is an extraordinary act of unprecedented violence. It has no place in New Zealand. Many of those affected will be members of our migrant communities – New Zealand is their home – they are us.
— Jacinda Ardern (@jacindaardern) 15 de março de 2019
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O governo, que já havia convocado a população a se desfazer de armamentos desnecessários, vai anistiar quem entregar suas armas. Além disso, será lançado um programa de recompra das armas que passam a ser proibidas, o que pode custar até 200 milhões de dólares neozelandeses (cerca de 520 milhões de reais) aos cofres públicos.
A polícia divulgou que todas as vítimas do ataque foram identificadas. Dos 50 feridos, 29 estão hospitalizados, dos quais nove permanecem em estado grave.
Na próxima sexta-feira, quando o ataque completa uma semana, haverá uma cerimônia religiosa em homenagem às vítimas, conduzida pelo imã Gamal Fouda, de uma das mesquitas que foi alvo do massacre. Ele espera que entre 3 mil e 4 mil cidadãos compareçam ao ato, que será realizado num parque em frente à mesquita Al Noor, onde 42 fiéis foram mortos.
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