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Neonazista é condenado na França a 9 anos de prisão por ameaça de massacre

Segundo os investigadores, o suspeito começou a se interessar pelo nazismo quando tinha oito anos

Foto: Lionel Bonaventure/AFP
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Um neonazista francês de 21 anos foi condenado nesta sexta-feira 17 a nove anos de prisão por um tribunal de Paris por ter ameaçado cometer um massacre de caráter racista.

A pena é mais dura que os sete anos de reclusão solicitados pelo Ministério Público. O tribunal explicou sua decisão pela “radicalização” e pela “periculosidade” do jovem e avaliou que, quando ele foi preso, “um projeto de ação violenta poderia ser executado de forma iminente”.

Angel B, que havia sido abandonado por seus pais e viveu em orfanatos, foi preso em junho de 2022 no sul da França, depois que as autoridades detectaram suas mensagens nas redes sociais e em aplicativos de mensagem criptografados.

Sob o pseudônimo HeinrichHimmler88, qualificava os judeus de “raça impura que deve ser exterminada” e também insultava os negros e árabes. Em conversas interceptadas, se referia a uma “limpeza étnica” e a um “atentado na rua”.

Os investigadores estabeleceram que ele havia tentado comprar uma arma ilicitamente.

Perante o tribunal, assegurou que “nunca passou para a ação” e que “não tinha nenhum projeto sério” de atentado.

Segundo os investigadores, o suspeito começou a se interessar pelo nazismo quando tinha oito anos, para “se vingar” de seu pai que o havia abandonado.

No julgamento, atribuiu a violência de suas mensagens no Telegram ao “efeito manada” que o levava a dizer coisas “que não pensava realmente”.

“Queria parecer interessante”, comentou.

“Mais adiante, gostaria de fazer política, mas com um discurso mais moderado, no marco da lei”, acrescentou o condenado, que se define como um “patriota soberanista” e assegura “ter refletido” durante o tempo que passou atrás das grades.

O representante do MP recordou que Angel B. era um adepto da “ideologia ultradireitista, que tentou comprar uma arma e expressava a intenção de cometer uma ação violenta”. E que já preso desenhou uma sigla SS no torso com um objeto metálico.

Um dos advogados do réu, David Bocobza, disse que Angel B. é alguém “sem dúvida inquietante, mas totalmente inofensivo”.

“Rejeitado por todos”, o jovem queria ser “visível” como nazista, porque isso “é o que dá mais medo à sociedade”, mas nunca pretendeu realizar um projeto criminoso, assegurou.

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