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MP do Peru determina que presidente mostre relógios Rolex em depoimento

Dina Boluarte pediu para depor o mais rápido possível, em meio a uma investigação por suspeita de enriquecimento ilícito

Polícia faz busca e apreensão contra a presidente do Peru por escândalo de Rolex, em 30 de março de 2024. Foto: Juan Carlos Cisneros/AFP
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O Ministério Público do Peru determinou que a presidente Dina Boluarte mostre os relógios Rolex em sua posse, e ela pediu para prestar seu depoimento à autoridade o mais rápido possível, em meio a uma investigação por suspeita de enriquecimento ilícito.

“A presidente da República foi intimada formalmente para que exiba os relógios Rolex e preste depoimento na sexta-feira 5 de abril”, disse o Ministério Público em um comunicado difundido neste domingo 31 na imprensa.

Além disso, o órgão acusatório assinalou que, nas diligências realizadas na madrugada de sábado na residência particular e no Palácio de Governo, não foram encontrados os objetos de valor.

Mas, complementou, “foram obtidos outros elementos de interesse para a investigação”. A imprensa local noticiou que foram encontrados documentos de quando um dos relógios teria sido obtido.

O MP realiza uma investigação sobre suspeita de enriquecimento ilícito, pois Boluarte jamais declarou a posse desses relógios em seu inventário de bens. As investigações começaram em 18 de março.

“De forma imediata”

Após o comunicado do Ministério Público, a presidente enviou uma nota para pedir que seu “depoimento indagatório seja tomado de forma imediata, a fim de esclarecer o mais rápido possível os fatos que são matéria de investigação”.

Ela argumentou, na mesma nota difundida pelo escritório do advogado Mateo Castañeda, que o faz diante da “turbulência política que está se produzindo” no país.

Boluarte não confirmou, no entanto, se levará ou apresentará os relógios da marca Rolex, objeto da investigação.

Relógios

A defesa da presidente disse no sábado que os policiais haviam encontrado relógios durante as diligências no Palácio de Governo.

O advogado Mateo Castañeda disse aos jornalistas que “eram aproximadamente 10, dentro desse número havia alguns relógios bonitos, mas não posso dizer quantos eram da marca Rolex”.

Boluarte afirmou no sábado, em um pronunciamento à imprensa, que a ação do Ministério Público “é arbitrária, desproporcional e abusiva”.

Caso o MP ofereça denúncia por enriquecimento ilícito, Boluarte só responderia a um eventual julgamento depois de julho de 2026, quando termina o seu mandato, conforme estabelece a Constituição.

O escândalo, contudo, pode levar a um pedido de vacância (impeachment) no Congresso, sob alegação de “incapacidade moral”.

Para que isso ocorra, as bancadas de direita que controlam o Parlamento unicameral e são a principal sustentação da presidente deverão apoiar as bancadas minoritárias de esquerda em uma aliança, teoricamente, difícil de se concretizar.

No sábado, 26 dos 130 congressistas da bancada de esquerda, entre eles a do partido ao qual pertenceu Boluarte, apresentaram uma “moção de vacância” contra a presidente à Mesa Diretora do Parlamento.

Contudo, para que os debates aconteçam, a proposta deve antes ser aprovada por 50 legisladores na semana que se inicia.

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