Mundo

Militar da Colômbia envolvido no assassinato de presidente do Haiti pega prisão perpétua

Germán Rivera é a segunda pessoa condenada nos Estados Unidos pelo crime, cometido em 2021

Retrato do haitiano Jovenel Moïse, assassinado em julho de 2021. Foto: Valeria Baeriswyl/APF
Apoie Siga-nos no

Um militar colombiano reformado foi condenado à prisão perpétua, nesta sexta-feira 27, em um tribunal de Miami (Flórida), por participar do assassinato do presidente do Haiti Jovenel Moïse, em 7 de julho de 2021, um crime que mergulhou o país caribenho no caos.

Germán Rivera, considerado um dos líderes dos mercenários que executaram o crime, se apresentou perante o juiz federal Jose E. Martínez para ouvir sua sentença.

No mês passado, o capitão reformado admitiu ter dado apoio ao complô criminoso e conspirado para matar ou sequestrar uma pessoa fora dos Estados Unidos.

O acusado, vestindo uniforme marrom de presidiário e com os pés e as mãos acorrentados, rejeitou seu direito a se pronunciar antes de ouvir a sentença.

Rivera é a segunda pessoa condenada nos Estados Unidos pela morte do presidente haitiano. Os norte-americanos têm jurisdição sobre o caso porque o plano para assassinar Moïse foi organizado em parte na Flórida.

Rodolphe Jaar, um empresário haitiano-chileno, foi condenado à prisão perpétua por sua participação no crime.

Em 7 de julho de 2021, um comando armado de cerca de 20 colombianos matou a tiros o presidente haitiano, de 53 anos, em sua residência particular em Porto Príncipe, sem a interferência de seus guarda-costas.

Rivera manteve várias reuniões com os outros conspiradores e fez parte do comboio armado que foi à residência de Moïse no dia do assassinato, segundo ele próprio admitiu.

De acordo com a Promotoria americana, dois executivos de uma empresa de segurança de Miami idealizaram um plano para sequestrar Moïse e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão haitiano-americano que queria se tornar presidente do país caribenho.

O objetivo desses incentivadores – o venezuelano Antonio Intriago e o colombiano Arcángel Pretel Ortiz – era fechar contratos lucrativos para construir obras de infraestrutura e fornecer forças de segurança a um futuro governo chefiado por Sanon, também indicado nos Estados Unidos.

Sua ideia principal era sequestrar Moïse, mas, diante do fracasso, os conspiradores decidiram matar o presidente.

Desde então, o Haiti atravessa um período de grande insegurança. Quadrilhas controlam cerca de 80% de Porto Príncipe e os crimes violentos, como extorsão mediante sequestro e assaltos a mão armada, dispararam no empobrecido país caribenho.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo