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Marine Le Pen sugere demissão de Macron e pede referendo sobre reforma da Previdência

Em entrevista, a líder da extrema direita francesa disse que o chefe de Estado tem poucas opções para resolver a crise

Marine Le Pen, líder da extrema-direita na França. Foto: Valentine Chapuis/AFP
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A reforma da Previdência, promulgada na França apesar das críticas da opinião pública, continua suscitando debate no país. A líder da extrema direita, Marine Le Pen, pressiona o presidente Emmanuel Macron para que um referendo seja lançado sobre o assunto. Para ela, a outra opção para o impasse político que divide os franceses seria a dissolução da Assembleia Nacional ou até a demissão do chefe de Estado.

Emmanuel Macron vai fazer um pronunciamento sobre a contestada reforma da Previdência na noite desta segunda-feira 17. O chefe de Estado promete dar mais explicações sobre a implementação do texto que foi promulgado na sexta-feira 14, após meses de debate, greves e manifestações nas ruas.

Mas antes mesmo da apresentação dos argumentos de Macron, a oposição se mobiliza contra o presidente. Em entrevista neste domingo 16, a líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, disse que o chefe de Estado tem poucas opções para resolver a crise.

“Ele tem três soluções para sair desse conflito que ele mesmo criou: um referendo, a dissolução do Assembleia Nacional ou a demissão do presidente da República”, lançou.

Segundo ela, tanto Macron como a primeira-ministra, Élisabeth Borne, perderam a credibilidade.

“A forma como [Macron] promulgou, com uma rapidez bastante inusitada e infantil, esta reforma da Previdência, mostra que ele está em uma dinâmica de provocação”, disse Le Pen. “Emmanuel Macron tem um prazer surpreendente em jogar os franceses uns contra os outros, em brutalizar o povo francês”, declarou.

“Não podemos governar contra os franceses”, insistiu a líder da extrema direita, derrotada por Macron no segundo turno das duas últimas eleições presidenciais, em 2017 e 2022.

Representantes de outras tendências políticas também se mobilizam contra a reforma e contestam a postura de Macron, acusado de desprezo diante da contestação popular.

Para o coordenador do partido da esquerda radical A França Insubmissa, Manuel Bompard, o chefe de Estado se encontra em um “beco sem saída”, pois terá dificuldades para encontrar apoio político para o resto de seu segundo mandato. Segundo ele, “a única opção” para Macron é “a retirar esse texto”.

Mas do lado do governo ninguém parece disposto a mudar de planos. A primeira-ministra garantiu no sábado que as medidas serão implementadas, como previsto. Élisabeth Borne foi além, dizendo estar “determinada a acelerar” as reformas após a entrada em vigor da mudança no sistema da Previdência, que tem entre as medidas mais contestadas o aumento da idade mínima da aposentadoria de 62 para 64 anos.

Os sindicatos também afirmam não terem abandonado a batalha e vão se reunir novamente na segunda-feira para discutir uma estratégia de combate ao texto. Os representantes sindicais já avisaram que pretendem organizar uma mobilização popular “excepcional” em 1° de maio, dia do Trabalho e data conhecida pelas grandes manifestações na França.

*Com informações da AFP

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