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Lula não será bem-vindo em Israel até que peça desculpas, diz chanceler de Netanyahu

‘Tais comparações são inaceitáveis e constituem um insulto à memória do Holocausto. Esperamos uma retratação’, afirmou Israel Katz, ao lado do embaixador brasileiro em Israel

De olho em 2026. Lula se move para consolidar aliança contra o bolsonarismo – Imagem: Valter Campanato/ABR
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Lula é persona non grata Israel até que se retire suas declarações que equipararam a ofensiva militar israelense em Gaza ao Holocausto. É o que afirma o ministro das Relações Exteriores do país, em Israel Katz, em meio ao desenrolar de uma crise diplomática entre os dois países.

“Tais comparações são inaceitáveis e constituem um insulto à memória do Holocausto. Esperamos uma retratação”, afirmou Israel Katz à imprensa, na manhã desta segunda-feira 19, ao lado de Frederico Meyer, embaixador brasileiro em Israel.

O governo Netanyahu acusa Lula de banalizar o morticínio nazista na Segunda Guerra Mundial ao compará-lo com o que ocorre em Gaza. Os comentários do presidente brasileiro ocorreram durante a coletiva que o presidente concedeu a jornalistas pouco antes de deixar a Etiópia e retornar ao Brasil.

“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o presidente ao criticar a decisão de países ocidentais de suspenderem os aportes para a agência da ONU para os refugiados palestinos, a UNRWA.

A declaração enfureceu o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que horas depois declarou pelo X que os comentários eram “vergonhosos e graves”. Em resposta, Katz convocou o embaixador brasileiro a uma reunião no memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, nesta segunda-feira, para uma reprimenda pelos comentários.

A resposta militar de Israel aos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro teve consequências devastadoras para Gaza, com um enorme número de vítimas civis e deslocamento massivo da população. A contagem mais recente dá conta de quase 29 mil mortos no enclave, a maioria mulheres e crianças.

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