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Lula cometerá ‘grande erro’ caso se reúna com Putin na cúpula do Brics, diz Zelensky

A declaração foi dada em entrevista a três veículos de imprensa brasileiros nesta quinta-feira 18, em Kiev

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Foto: AFP PHOTO/Ukrainian Presidential press service
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o presidente Lula (PT) pode cometer “um grande erro” caso decida se encontrar pessoalmente com Vladimir Putin durante a cúpula do Brics, prevista para ocorrer em outubro, na Rússia.

As declarações foram dadas em entrevista a três veículos de imprensa brasileiros nesta quinta-feira 18, em Kiev. “Isso seria um grande erro porque nós temos que isolar Putin politicamente. Ele precisa sentir que cometeu erros históricos ao atacar a Ucrânia e iniciar a guerra. E quando um líder se reúne com ele, dá legitimidade [a Putin]”, afirmou.

Zelensky aproveitou a oportunidade para também fazer um convite público a Lula para a chamada Cúpula da Paz, na Suíça, nos dias 15 e 16 de junho. O evento, promovido pela Ucrânia e países aliados, busca discutir fórmulas para a paz e o fim do conflito no leste europeu.

“Espero que ele venha em junho, para se encontrar comigo e com o presidente da Suíça, na cúpula. Esse é o lugar onde teremos a possibilidade de conversar”, comentou.

Questionado sobre o motivo de ainda não ter visitado o Brasil, o ucraniano disse que só vai a países que o convidam. Ele esteve na Argentina, em dezembro passado, durante a posse de Javier Milei. “Talvez Lula tenha outras prioridades, não sei”, emendou.

Apesar dos petardos, Zelensky pontuou que a relação com Lula melhoraram muito desde que ambos se encontraram na Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2023.

A reunião, segundo o ucraniano, foi importante para ele entender melhor a posição do Brasil com relação à guerra. Ele pondera, contudo, que tem dúvidas se o encontro foi suficiente para levar a diplomacia brasileira a adotar uma posição mais crítica com relação à Rússia.

A invasão russa à Ucrânia completou dois anos no dia 24 de fevereiro. Em 2022, o país liderado por Putin invadiu o território ucraniano sob o pretexto de estar conduzindo uma “operação militar especial”.

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