Mundo
Líder indígena pede que o Papa interceda por Lula no enfrentamento à crise dos Yanomami
Em encontro com o pontífice, Davi Kopenawa destacou os graves problemas de desnutrição e doenças que afetam sua comunidade, agravados pela expansão do garimpo ilegal
O líder Yanomami Davi Kopenawa, se encontrou com o Papa Francisco na quarta-feira 10, para pedir apoio às ações do presidente Lula (PT) diante da crise sanitária do Terra Indígena Yanomami.
“Pedi ao Papa [para] dar apoio ao governo Lula, porque Lula precisa de companheiros. Sozinho não consegue. A política não quer que Lula resolva”, disse Kopenawa aos repórteres, após o encontro. “O Papa falou que vai conversar com ele.”
Kopenawa presinde a Hutukara Associação Yanomami, uma organização dedicada à defesa dos direitos dos povos indígenas e à proteção da Amazônia. Recentemente, ele viajou por diversas cidades da Itália para falar sobre o tema.
“As crianças yanomamis estão desnutridas por causa do garimpo, por causa das autoridades que deixaram entrar, invadir as terras yanomamis, e muitas doenças estão se espalhando por causa dessa realidade”, disse ele, em uma entrevista ao Vatican News.
Durante o encontro com o pontífice no Vaticano, ele mencionou a contaminação da água por mercúrio por conta do garimpo ilegal, como uma das maiores ameaças aos povos Yanomami.
“O papa me recebeu muito bem. Gostei que ele abriu a porta para mim entrar onde ele trabalha, foi muito importante para o que eu queria. Eu tinha vontade de encontrá-lo, vontade de pegar na mão dele, como se fosse um amigo. Foi muito ótimo”, sintetizou Kopenawa.
“Pedi a ele que retirasse os garimpeiros ilegais das terras do meu povo este ano”, completou.
A crise sanitária dos yanomamis levou o governo a decretar estado de emergência em 2023, e passado um ano a situação continua alarmante, com casos de desnutrição, malária e invasão de garimpeiros.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.