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Juiz ordena que Trump entregue 8 anos de declarações de impostos

Presidente dos EUA prometeu divulgar declarações durante sua campanha eleitoral, mas nunca o fez

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Foto: Brendan Smialowski/AFP
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Um juiz federal de Nova York determinou nesta quinta-feira 20 que Donald Trump entregue oito anos de declarações de impostos ao promotor de Manhattan, Cyrus Vance. A ordem é um novo revés para o presidente americano, que tenta manter suas finanças em segredo.

Em uma decisão de 103 páginas, o juiz do distrito sul de Nova York, Víctor Marrero, considerou justificado o pedido do promotor Vance, democrata que há um ano reivindica do escritório de contabilidade de Trump, Mazars, as declarações de renda do presidente entre 2011 e 2018.

Em julho, a Suprema Corte dos Estados Unidos já havia rejeitado o pedido de imunidade de Trump em uma investigação criminal sobre suas declarações de impostos e determinou que elas deveriam ser entregues ao promotor.

No entanto, apesar dessa decisão, Trump levou o caso de volta a um tribunal do distrito de Nova York, levantando outras objeções: que a alegação de Vance era de “má fé” e “ampla demais”.

A decisão do juiz Marrero contrária ao presidente pode, entretanto, ser apelada por Trump.

“Provavelmente terminaremos mais uma vez na Suprema Corte. Mas essa é simplesmente uma continuação da caça às bruxas mais horrível da história de nosso país”, disse Trump no Salão Oval nesta quinta-feira.

Promessa de campanha

Durante sua campanha eleitoral, Trump prometeu divulgar suas declarações de impostos, mas nunca o fez. É o primeiro presidente desde Richard Nixon que se recusa a divulgar essas declarações.

Como a investigação de Vance decorre de uma decisão adotada por um grande júri cujas deliberações são secretas, ninguém sabe exatamente o que o promotor está buscando nesses documentos fiscais que pede ao Mazars.

Inicialmente, acreditava-se que a investigação visava um pagamento feito à atriz pornográfica Stormy Daniels para comprar seu silêncio por uma suposta relação com Trump, em violação à lei de financiamento eleitoral dos Estados Unidos.

Mas a Promotoria deu a entender recentemente que a investigação poderia ser mais ampla e estender-se a “possíveis comportamentos criminosos dentro da Organização Trump”, empresa que reagrupa os negócios do ex-magnata imobiliário e que não está listada na bolsa de valores.

Seja qual for o resultado da batalha judicial, ninguém espera que as declarações de impostos de Trump sejam divulgadas antes das eleições presidenciais de 3 de novembro.

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