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Israel prevê uma semana de ataques em Gaza; líderes ocidentais fazem apelo por calma

Mais de cem foguetes foram lançados em direção às localidades perto da fronteira

Crianças reagem após um ataque aéreo israelense. Foto: MOHAMMED ABED / AFP
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Depois de uma sexta-feira violenta, os ataques continuaram durante toda a madrugada deste sábado 6 na região. Mais de cem foguetes foram lançados de Gaza em direção às localidades perto da fronteira com Israel. Embora a Jihad Islâmica afirme ainda não ter utilizado mísseis de longo alcance, no final desta manhã, as sirenes soaram na cidade de Modiin, nas proximidades do aeroporto internacional Ben Gurion, perto de Tel Aviv.

Já os ataques do exército israelense deixaram ao menos 15 mortos em Gaza, entre eles, uma criança de cinco anos e uma jovem de 23 anos, além de mais de 80 feridos. Israel afirma que seus principais alvos são lança-foguetes e depósitos de armas atribuídos à Jihad Islâmica.

Uma fonte em Gaza afirma que uma segunda fase da operação tem início neste sábado e visa residências de membros da Jihad Islâmica, organização político-militar nascida no início dos anos 1980, considerada como terrorista pelos Estados Unidos e a União Europeia. Militares israelenses prenderam neste sábado diversos militantes na Cisjordânia, além de um alto responsável do grupo na cidade de Jenin.

As detenções podem suscitar ainda mais revolta por parte da Jihad Islâmica. Foi a prisão de um de seus principais líderes, Basaam al-Saadi, no último 2 de agosto, na Cisjordânia, que reacendeu a violência entre os dois campos.

Consequência da operação, a única central elétrica da Faixa de Gaza não está funcionando devido à falta de combustíveis. O local funciona graças ao fornecimento de óleo diesel proveniente de Israel. No entanto, todas as passagens do enclave palestino foram fechadas e o fornecimento do produto não pode ser realizado.

O exército israelense demonstra estar disposto a dar sequência à operação até que todos os objetivos sejam cumpridos. Do outro lado, a Jihad Islâmica se declara pronta para uma guerra longa. Muitos especialistas acreditam que a situação deve se agravar nos próximos dias, principalmente se o grupo palestino Hamas resolver participar dos combates.

Escalada “extremamente perigosa”

Os episódios de violência tiveram início na tarde de sexta-feira quando o exército israelense lançou os primeiros tiros contra um bairro residencial de Gaza. O Estado hebreu garante que essa é uma “operação contra o terrorismo”, já que visou Taysir al-Jabari, uma das figuras mais importantes da Jihad Islâmica, morto no ataque.

Em Ramallah, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, condenou a agressão. Já o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, afirmou que “Israel fará de tudo para proteger seu povo”. O emissário da ONU no Oriente Médio, Tor Wennesland, classificou os incidentes como “uma escalada extremamente perigosa”.

Já a União Europeia acompanha os acontecimentos com “uma forte preocupação” e faz um apelo por calma. “Israel tem o direito de proteger sua população civil, mas tudo deve ser feito para impedir um conflito maior, que afetaria, antes de tudo, as populações de ambos os lados, resultando em mais vítimas e sofrimento”, afirmou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

A Rússia também reagiu por meio de um comunicado divulgado pela porta-voz da diplomacia, Maria Zakharova. “Observamos com uma profunda inquietação a evolução dos incidentes que podem resultar na retomada de um confronto militar em grande escala e agravar ainda mais a situação humanitária deplorável em Gaza”.

Quanto ao Egito, mediador histórico do conflito entre Israel e Gaza, o país faz um apelo em prol “do retorno à calma o mais rápido possível”. Uma delegação do braço palestino da Jihad Islâmica viaja ao país neste sábado.

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