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Israel e Hamas tentam prolongar trégua em Gaza, prevista para acabar nesta terça-feira

A trégua entre Israel e o Hamas, que possibilitou a libertação de reféns e prisioneiros na Faixa de Gaza, entra em seu quarto e último dia nesta segunda-feira (27) e acaba nesta terça-feira, às 07h no horário local

Foto: AFP
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Em um comunicado divulgado neste domingo (26) à noite, o Hamas declarou que estava negociando a manutenção do cessar-fogo, visando “aumentar o número de prisioneiros libertados”.

O movimento extremista palestino teria “informado os mediadores” de que era a favor de mais “dois ou quatro dias” de pausa nos combates.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, também anunciou na noite deste domingo que conversou com o presidente americano, Joe Biden, e também espera que a trégua de quatro dias seja prorrogada.

O acordo, mediado pelo Catar com o apoio dos Estados Unidos e do Egito, entrou em vigor na sexta-feira (24) e previa uma trégua de quatro dias, a passagem de ajuda humanitária para Gaza e a libertação de 50 reféns, dos mais de 200 ainda detidos em Gaza, além de 150 prisioneiros palestinos presos em Israel.

O Hamas libertou nesse domingo, terceiro dia da trégua temporária entre o movimento islâmico e Israel, 17 reféns, sendo 14 israelenses e três estrangeiros detidos na Faixa de Gaza há sete semanas. Em troca, 39 prisioneiros palestinos foram soltos pelo governo israelense.

Com essa libertação, a terceira desde o início da trégua na sexta-feira, agora são 58 o número de reféns livres.

O grupo de libertos neste domingo inclui 13 mulheres e crianças israelenses, um homem com dupla nacionalidade russo-israelense e três tailandeses, de acordo com fontes oficiais israelenses.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que uma das menores israelenses soltas é uma menina que também possui nacionalidade americana.

Outra refém do grupo desse domingo, Elma Avraham, uma israelense de 84 anos, foi levada de helicóptero a um hospital do sul de Israel onde ela se encontra em estado crítico, declarou Shlomi Codish, diretor do hospital Soroka. Ele afirmou que a vida da octogenária “corre perigo”.

Mais cedo, o Hamas havia anunciado que libertou uma pessoa com nacionalidade russa “em resposta aos esforços do presidente russo, Vladimir Putin”, e seu “apoio à causa palestina”.

Israel liberta presos palestinos

Desde o início da trégua, 117 palestinos foram soltos como parte do acordo entre Israel e o Hamas. Segundo a ONG palestina Clube de Prisioneiros, cerca de 7.000 palestinos estão detidos em prisões israelenses.

Carros do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) levaram parte dos prisioneiros libertados para Ramallah e Beitunia, na Cisjordânia ocupada, onde foram recebidos por uma multidão com bandeiras palestinas, do Hamas e de outras facções. Os outros reuniram-se com as suas famílias em Jerusalém Oriental.

A Faixa de Gaza foi bombardeada e sitiada por Israel em resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro. Os combatentes islâmicos mataram nesse dia, 1.200 pessoas em Israel, a maioria civis, e sequestraram outras 240, segundo as autoridades do país.

Israel prometeu destruir o Hamas após o ataque. O grupo radical palestino, classificado como organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, afirma que a ofensiva israelense já deixou cerca de 15.000 mortos no território, que controla desde 2007.

Netanyahu visita Gaza

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, visitou a Faixa de Gaza neste domingo pela primeira vez desde o início da guerra. A ofensiva de Israel continuará “até o final, até a vitória”, afirmou.

“Temos três objetivos nesta guerra: eliminar o Hamas, trazer de volta todos os nossos sequestrados e garantir que Gaza não se torne novamente uma ameaça para Israel”, declarou Netanyahu, segundo um vídeo publicado por seu gabinete.

Até o momento, a trégua permitiu a entrada de centenas de caminhões com ajuda humanitária no enclave palestino, que, desde 9 de outubro, está sob cerco total de Israel, sem eletricidade, água e medicamentos.

Embora a trégua represente um alívio temporário para os habitantes do território, a situação humanitária no local é “sem precedentes”, disse a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos neste domingo.

A ONU relatou que 248 caminhões carregados com ajuda humanitária entraram em Gaza desde sexta-feira, onde 1,7 milhão de pessoas foram forçadas a deixar suas casas devido ao conflito.

O Exército de Israel lançou panfletos à população pedindo aue deixassem o norte do enclave, onde fica a Cidade de Gaza, e onde, segundo o Exército israelense, está o centro de comando do Hamas.

Segundo um jornalista da AFP em Gaza, o Exército israelense enviou mensagens de texto neste domingo aos habitantes de Khan Yunis, no sul. “Sabemos que há reféns em Khan Yunis. Saibam que o exército neutralizará qualquer pessoa que tenha sequestrado reféns”, diz o panfleto.

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