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Governo Maduro chama nota do Itamaraty sobre eleição de ‘cinzenta’ e ‘intervencionista’

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro disse acompanhar com ‘expectativa e preocupação’ o processo no país

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O chanceler da Venezuela, Yvan Gil, publicou nesta terça-feira 26 uma nota de repúdio ao comunicado do Itamaraty sobre a eleição presidencial marcada para 28 de julho. O Ministério das Relações Exteriores brasileiro disse acompanhar com “expectativa e preocupação” o processo em que o presidente Nicolás Maduro buscará o terceiro mandato.

Gil classificou o comunicado de “cinzento e intervencionista, redigido por funcionários da chancelaria brasileira, que parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”. Segundo ele, o texto apresenta “comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”.

O texto da chancelaria venezuelana, porém, agradece ao presidente Lula (PT) por suas “expressões de solidariedade, que condenam direta e inequivocamente o bloqueio criminoso e as sanções que o governo dos Estados Unidos impôs ilegalmente”.

O período de inscrição das candidaturas terminou na noite da segunda-feira 25.

“Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados”, diz um comunicado do Itamaraty. “O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial.”

Na eleição, o principal adversário de Maduro deve ser Manuel Rosales, considerado pragmático e negociador. Ele concorreu em 2006, quando enfrentou Hugo Chávez – vencedor com folga daquele pleito.

O partido de Rosales, Um Novo Tempo, conseguiu inscrevê-lo a tempo, mas a Plataforma Unitária Democrática não teve sucesso em registrar a candidatura de Corina Yoris, o plano B da oposição, indicada por María Corina Machado após sua exclusão pelo veto para exercer cargos públicos por 15 anos.

“O Brasil está pronto para, em conjunto com outros membros da comunidade internacional, cooperar para que o pleito anunciado para 28 de julho constitua um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela, país vizinho e amigo do Brasil”, prosseguiu o Itamaraty. “O Brasil reitera seu repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo.”

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