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Equador declara persona non grata a embaixadora mexicana e pede que ela deixe o país

Declaração do presidente do México sobre eleição equatoriana irritou o presidente Daniel Noboa

Presidente Daniel Noboa persiste na militarização da segurança pública no Equador, enfrentando denúncias de execuções e violações de direitos humanos
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O Equador pediu, nesta quinta-feira 4, que a embaixadora do México em Quito deixe o país ao declará-la persona non grata, após declarações do presidente Andrés Manuel López Obrador sobre as últimas eleições equatorianas, nas quais um candidato foi assassinado.

O governo equatoriano considerou “muito infelizes” as declarações do presidente mexicano, que questionou a suposta manipulação dos meios de comunicação para “criar um ambiente intoxicado de violência” que, segundo ele, acabou afetando a candidata adversária do atual presidente Daniel Noboa, a esquerdista Luisa Gonzales.

A Chancelaria decidiu “declarar ‘persona non grata‘ a Embaixadora do México em Quito, senhora Raquel Serur Smeke”, segundo um comunicado.

A decisão “implica que a Embaixadora deve deixar o país em curto prazo”, mas não é um rompimento das relações diplomáticas, detalhou o ministério.

López Obrador assegurou na quarta-feira que, nas últimas eleições do Equador, o assassinato do candidato centrista Fernando Villavicencio, em agosto, fez com que caíssem as intenções de voto de González, que liderava as pesquisas.

Ela “fica como suspeita depois deste assassinato, continua fazendo campanha em circunstâncias, considero, muito difíceis, porque imaginem todos os meios de comunicação… Mas ela continua e continua e continua”, disse o presidente mexicano.

Uma “segunda etapa”, segundo López Obrador, foi “criar um ambiente contaminado de violência, a tal ponto que os candidatos — e isto foi noticiado em todos os meios — vão aos debates com coletes à prova de balas, mas tudo armado”.

“Pois não ganhou a candidata e o mais lamentável é que a violência continua”, insistiu.

González era a candidata do partido do ex-presidente Rafael Correa, foragido da Justiça equatoriana, sentenciado a oito anos de prisão por corrupção e duramente criticado por Villavicencio.

O candidato foi baleado após um comício de campanha no norte de Quito nas vésperas das eleições de 20 de agosto. Sete pessoas foram detidas pelo crime, mas morreram assassinadas na prisão.

“O Equador ainda está vivendo o luto por esse fato lamentável que causou comoção na sociedade equatoriana e atentou contra a democracia, a paz e a segurança”, indicou a chancelaria.

Na missão diplomática mexicana em Quito está refugiado o ex-vice-presidente Jorge Glas, ligado à corrente política de Correa e acusado de desviar recursos públicos destinados à reconstrução de povoados costeiros após um terremoto devastador.

Glas, que tem um mandado de prisão em aberto, ingressou na embaixada em 17 de dezembro enquanto era alvo de uma investigação por suspeita de peculato.

Quito pediu ao México que permitisse a sua captura pela polícia, mas o pedido foi negado.

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