Economia
Entenda o cenário que Milei, presidente eleito da Argentina, deve encontrar no Congresso
O ultradireitista promete dolarizar a economia, fechar o Banco Central e reduzir ao mínimo o papel do Estado
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, deverá enfrentar um cenário dividido no Congresso. O ultradireitista, que promete dolarizar a economia, fechar o Banco Central e reduzir ao mínimo o papel do Estado, não terá maioria entre os legisladores.
A realidade vale para o Senado e para a Câmara dos Deputados. O quadro político da realidade argentina para o próximo mandato deve impor desafios à governabilidade de Milei, que assumirá a Presidência em 10 de dezembro.
Em outubro, parte da Câmara e do Senado foi renovada. A Câmara é composta por 257 representantes, dos quais 130 foram renovados neste ano. Já o Senado tem 72 representantes, e a renovação foi de 24 cadeiras.
Milei chega à Presidência da Argentina pela coalizão La Libertad Avanza. Na Câmara, o bloco do candidato tinha apenas três representantes até este ano, mas, a partir da nova legislatura, terá 38. Ainda assim, a coalizão não será a maior da Casa.
Isso porque o bloco peronista Unión Por La Patria, que será oposição, terá 108 representantes. O segundo maior grupo será o de Juntos Por El Cambio, que se dividiu no apoio a Milei no segundo turno, com 93 representantes.
Já no Senado, La Libertad Avanza terá oito representantes. Até a atual legislatura, o grupo não tinha nenhum nome na Casa Alta. Apesar do avanço, o bloco de Milei será menor que a coalizão peronista, que terá 34 senadores, e que Juntos Por El Cambio, com 24.
A falta de uma maioria fará com que o presidente eleito tenha de negociar com os demais blocos para a aprovação dos projetos. Um dos entraves diz respeito às mudanças no sistema educacional da Argentina que Milei pretende promover.
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