Antes de matar 49 frequentadores de uma mesquita em Christchurch, na Nova Zelândia, Brenton Tarrant, um dos atiradores, publicou nas redes sociais um manifesto extremista e xenófobo.
No documento de 74 páginas, o assassino evoca a sua condição de branco, emite frases preconceituosas contra muçulmanos e afirma que seu objetivo seria “criar uma atmosfera de medo” e “incitar a violência” contra imigrantes.
“Sou apenas um homem branco normal de 28 anos. Nasci na Austrália, em uma família de poucos recursos”, anota.
Em seguida, afirma que o atentado é uma vingança pela “escravidão de milhares de europeus tirados de suas terras por escravocratas islâmicos” e “pelas centenas de milhares de mortes provocadas por invasores contra europeus ao longo da história”.
Embora nascido na Austrália, o atirador se considerava defensor dos valores europeus. “As origens da minha língua são europeias, a minha cultura é europeia, as minhas crenças políticas são europeias, as minhas crenças filosóficas são europeias, a minha identidade é europeia e, mais importante, o meu sangue é europeu”.
A principal referência de Tarrant era Anders Breivik, terrorista de extrema-direita da Noruega que fez 77 vítimas em 2011 e publicou um documento de 1,5 mil páginas no qual defendia a superioridade racial branca. Ele afirma ter mantido um “breve contato” com Breivik, sua “única inspiração verdadeira”.
Tarrant cultivava, como vários supremacistas brancos ao redor do planeta, teorias conspiratórias em relação às instituições e conceitos ocidentais que dizia defender. “A democracia é o domínio da máfia, e a própria máfia é comandada por nossos inimigos. A imprensa global, dominada por corporações, a controla”.
A política, segundo ele, é uma “insanidade dominante, multicultural, igualitária e individualista”. E elogia a internet, que teria permitido que “a verdadeira liberdade de pensamento e discussão florescesse”.
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