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Direita radical vence eleição na Itália

Nacionalista Irmãos da Itália é partido mais votado, e aliança ultraconservadora deve formar novo governo do país. Ex-militante pós-fascista Giorgia Meloni pode se tornar premiê

Giorgia Meloni, da extrema-direita, a premiê da Itália. Foto: Andreas SOLARO / AFP)
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A aliança de direita formada pelos partidos Irmãos da Itália (Fratelli d’Italia, FdI), Liga e Força Italia (FI), saiu vencedora das eleições parlamentares italianas deste domingo (25/09) ao obter 43,9% dos votos, segundo resultados parciais, após a contagem de cerca de 99% das urnas.

O partido de ultradireita FdI, de raízes pós-fascistas e liderado por Giorgia Meloni, é o mais votado, de acordo com o levantamento, tendo obtido 26,1% dos votos. Seus parceiros de coalizão conseguiram percentuais bem menores, a Liga, de Matteo Salvini, obteve 8,8% e a FI, do magnata Silvio Berlusconi, 8,1%. A aliança de direita deve conseguir maioria suficiente controlar as duas casas do Parlamento.

A coalizão progressista liderada pelo Partido Democrático (PD), encabeçado por Enrico Letta, ficou com 26,2%. Com 15,3%, o Movimento Cinco Estrelas (M5S) se tornou o terceiro partido no país – atrás do PD, que obteve, isoladamente, 19,10%.

Com a vitória da aliança de direita, a Itália terá o governo mais à direita desde a Segunda Guerra Mundial, com Meloni, de 45 anos, possivelmente se tornando a primeira mulher a liderar o Executivo do país, já que seu partido foi o mais votado.

Meloni minimiza as raízes pós-fascistas de sua legenda e a retrata como uma sigla conservadora. Ela prometeu durante a campanha apoiar a política ocidental de apoio à Ucrânia e não correr riscos indevidos com a terceira maior economia da zona euro.

O nível de participação no pleito foi menor do que na eleição anterior, tendo sido de cerca de 65 %, frente aos 73% da última votação, em 2018, segundo os primeiros dados oficiais do Ministério do Interior.

Inflação e energia

A campanha eleitoral foi dominada por temas como inflação e custos da energia. No entanto transcorreu durante o verão, com muitos italianos de férias, e só incluiu um debate na televisão: entre Meloni e Enrico Letta, do PD, primeiro-ministro italiano de 2013 a 2014.

Durante a campanha, a coligação de direita prometeu combater a “islamização” da Europa, a favor de “italianos em primeiro lugar” e propôs a flat tax, uma escala única de impostos para todos os cidadãos, independentemente dos salários. Os três partidos apresentam diferenças marcantes, por exemplo, em seu posicionamento perante a União Europeia e a guerra na Ucrânia e as sanções contra a Rússia.

As eleições deste domingo foram convocadas depois que o Movimento Cinco Estrelas decidiu abandonar a coalizão governamental e o primeiro-ministro Mario Draghi renunciar, em julho, fazendo cair o governo, dois anos após sua formação.

(Com informações de EFE e Reuters)

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