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Congressistas dos EUA pedem desculpas pelo golpe de 1973 no Chile

O Departamento de Estado dos EUA tornou públicos documentos a demonstrarem que o então presidente Richard Nixon incentivou a conspiração

Ato pelo 'Nunca Mais', em Santiago, em 11 de setembro de 2023, contra o golpe militar de 1973. Foto: Javier Torres/AFP
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Congressistas dos Estados Unidos apresentaram, nesta quinta-feira 21, uma resolução por meio da qual pedem desculpas pela participação de Washington no golpe de Estado que derrubou Salvador Allende e levou Augusto Pinochet ao poder no Chile, em 11 de setembro de 1973.

Segundo o texto, os legisladores expressam “profundo pesar pela contribuição dos Estados Unidos na desestabilização das instituições políticas do Chile e do processo constitucional”. Eles também se desculpam pelo envolvimento norte-americano na “consolidação da ditadura militar repressiva do general Pinochet”.

Nas últimas semanas, a pedido do Chile, o Departamento de Estado dos EUA tornou públicos trechos de dois documentos de 1973 demonstrando que o então presidente Richard Nixon sabia dos planos dos militares de depor Allende.

Os congressistas, contudo, avaliam que o governo de Joe Biden tem de ir além e promover uma “plena prestação de contas”, por meio da publicação de “todos os arquivos restantes dos Estados Unidos relacionados aos fatos de antes, durante e depois do golpe militar”.

Segundo arquivos antes sigilosos, Nixon ordenou que a CIA “fizesse com que a economia gritasse” e bloqueasse de forma oculta a posse de Allende.

Sob a supervisão do então assessor de Segurança Nacional, Henry Kissinger, a central de inteligência se esforçou para fomentar um “clima golpista” e “criar as melhores condições possíveis” para a ascensão dos militares ao poder.

“Devemos deixar claro que lamentamos nossa participação e nos comprometemos a apoiar a democracia chilena”, afirmam, em nota, o congressista independente Bernie Sanders, um dos impulsionadores da resolução, e os democratas Tim Kaine, Alexandria Ocasio-Cortez, Joaquín Castro e Greg Casar.

A resolução também “parabeniza o povo chileno pela reconstrução de uma democracia forte e resiliente”.

(Com informações da AFP)

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