O procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, afirmou, neste domingo 29, que o cerco feito por Israel na Faixa de Gaza pode configurar um crime de guerra, ao impedir a entrada de ajuda humanitária no território palestino.
A declaração foi feita no posto de fronteira de Rafah, entre Gaza e o Egito, onde caminhões com alimentos, água e remédios aguardam a liberação para atravessar.
“Tenho de dizer que Israel tem obrigações claras relativamente à guerra com o Hamas. Não apenas obrigações morais, mas obrigações legais a respeitar no âmbito das leis que regem os conflitos armados”, afirmou Khan.
Mais cedo, no Cairo, ele declarou que Israel deve fazer “esforços discerníveis” para assegurar o acesso de civis a alimentos e medicamentos.
“Não deve haver nenhum impedimento a ajuda humanitária direcionada a civis. Eles são inocentes”, reiterou em uma mensagem publicada no X, antigo Twitter.
#ICC Prosecutor @KarimKhanQC was at the Rafah Border Crossing between Egypt and the Gaza Strip this weekend.
Watch his remarks on the current situation in Israel and the State of Palestine. 👇 pic.twitter.com/Z22DMLaAv3
— Int’l Criminal Court (@IntlCrimCourt) October 29, 2023
Mesmo com os sucessivos apelos de cessar-fogo em Gaza, os bombardeios israelenses no norte do território se intensificam cada vez mais.
Segundo o grupo extremista Hamas, já são mais de oito mil mortos no território de Gaza.
33 caminhões entraram em Gaza no domingo
Um comboio de 33 caminhões levando alimentos, medicamentos e água puderam entrar no domingo na Faixa de Gaza através da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito. Esse é o maior carregamento de suprimentos enviado ao enclave palestino desde o início da nova fase do conflito entre Israel e o Hamas. Para a ONU, que teme “uma nova degradação da situação humanitária já desastrosa” no local, essa ajuda é insuficiente.
(Com informações de RFI)
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