Centrais sindicais convocam segunda greve geral contra governo Milei na Argentina

Confederação Geral do Trabalho (CGT) marcou paralisação para o próximo dia 9 de maio

Protestos contra Milei se acumulam na Argentina. Foto: Luis ROBAYO / AFP

Apoie Siga-nos no

A Argentina vai viver a segunda greve geral contra o governo Javier Milei. O anúncio foi feito nesta quinta-feira 11 pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a principal central sindical do país. 

A entidade convocou a paralisação geral para o próximo dia 9 de maio. Como pano de fundo da ação, está o desacordo da CGT com o ajuste fiscal aplicado por Milei desde que chegou ao poder, em dezembro.

A decisão foi tomada um dia após uma reunião entre representantes da central sindical e membros do governo. Não houve avanços nas negociações para destravar a homologação de aumentos salariais, principalmente, para os caminhoneiros. 

O governo até propõe promover um aumento de 45% nos salários, relativo a março e abril, mas quer estabelecer um teto para a subida dos salários em maio e junho, o que não é interesse do sindicato.

A paralisação em maio deverá durar 24 horas.

Outro eixo importante que motiva a ação é a onda de demissões que o governo Milei vem promovendo em uma série de órgãos públicos do país.


A CGT também se mostrou insatisfeita com a resistência do governo a avançar nas chamadas paritarias, um instrumento comum no país que é usado por sindicatos e empregadores para aumentar salários.

“No dia 9 de maio faremos uma greve de 24 horas por conta do reajuste sistemático, com uma execução muito clara aos aposentados”, disse Héctor Daer, um dos principais líderes da CGT, em coletiva de imprensa após a reunião. “Não se pode ajustar sobre os setores mais vulneráveis”.

No final de janeiro, a CGT promoveu a primeira paralisação geral contra o governo Milei. À época, a ação, que levou centenas de milhares de pessoas às ruas em diversas cidades da Argentina, foi um sinal das organizações sindicais contra o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) que Milei tentava aprovar no Congresso, bem como contra a lei de bases do governo.

Antes do dia 9 de maio, outros dois eventos deverão dar o tom da relação entre o governo argentino e as organizações sindicais do país. 

O primeiro deles é o dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador, que deverá ser marcado por mais protestos. O segundo será no próximo dia 23 de Abril, quando está marcada uma paralisação geral do setor de educação, que reclama, por exemplo, que as atividades de docência e pesquisa estão inviabilizadas em universidades públicas por conta do ajuste promovido por Milei.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

1 comentário

joao medeiros 12 de abril de 2024 16h51
Nosso país já mostrou que para apoiar a distribuição da miséria, como na Argentina, somente com muita concessão e permissividade com o crime organizado interno e multinacional. Igual a regiões de garimpo ilegal onde fica uma devastação moral e ambiental infinita.

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.