Mundo
Bolívia fecha a fronteira com o Brasil devido à pandemia
A medida entrará em vigor à meia noite e deve ter duração mínima de uma semana
O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou nesta quinta-feira 1 a decisão de fechar as fronteiras do país com o Brasil devido à variante brasileira P1.
A medida entrará em vigor à meia noite e deve ter duração mínima de uma semana.
“No marco das medidas para proteger a população, instruímos o fechamento temporário das fronteiras com o Brasil, por sete dias. Os Ministérios da Saúde, do Governo da Bolívia e das Relações Exteriores providenciarão o fechamento temporário de outros pontos, com base na situação epidemiológica”, disse o presidente, pelas redes sociais.
En poblaciones fronterizas donde se haya verificado la circulación de variantes de la COVID-19, se coordinará con las Entidades Territoriales Autónomas correspondientes, su encapsulamiento, estableciéndose controles para su mitigación, por el tiempo que sea requerido.
— Luis Arce Catacora (Lucho Arce) (@LuchoXBolivia) April 1, 2021
Aceleração da vacinação
Na terça-feira 30, o presidente afirmou que o país vai acelerar a vacinação contra a Covid-19 nas cidades fronteiriças com o Brasil.
“Instruímos o Ministério da Saúde a proceder com a vacinação de todas as populações fronteiriças do país, a começar por essas, que são as populações mais expostas [e] que são vizinhas ao Brasil”, disse o presidente durante um ato oficial.
“Não estamos isentos do fato de que pode haver uma cepa, um vírus que está sendo gerado e reproduzido sem controle, por isso temos que tomar as precauções”, disse o governante.
A vacinação começou há algumas semanas nas cidades e estava planejada para se espalhar gradualmente para as áreas rurais, mas o governo decidiu dar prioridade às cidades fronteiriças.
Os serviços de saúde estão atentos aos relatos do surgimento de uma nova cepa do vírus no Brasil, embora o Ministério da Saúde não tenha confirmado sua presença.
Bolívia e Brasil compartilham uma fronteira de cerca de 3.400 quilômetros e três de seus nove departamentos (Santa Cruz, Beni e Pando) fazem fronteira com estados brasileiros.
A imprensa da fronteira boliviana nos departamentos de Beni (nordeste) e Pando (norte) reportou um aumento incomum nas infecções por covid-19 nos últimos dias, embora o governo não tenha associado isso à nova cepa brasileira.
A Bolívia, com 11,5 milhões de habitantes, registra 270.347 infecções e 12.211 mortes. O país notificou 719 novos casos na segunda-feira, dos quais 38,8% em Santa Cruz, 16,5% em Beni e 2,8% em Pando.
O país recebeu nesta terça-feira uma nova remessa de 200 mil vacinas chinesas da Sinopharm, além das 740 mil que chegaram desde janeiro da russa Sputnik V, da britânica AstraZeneca e da mesma marca chinesa.
O governo afirma ter comprado um total de 15,2 milhões de doses e espera sua chegada gradativa nos próximos meses.
A vacinação começou em fevereiro com profissionais de saúde e a população com patologias de risco como prioridades.
(Com informações da AFP)
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.