Mundo

Biden e Trump conseguem delegados suficientes e confirmam candidaturas à presidência

Os resultados provocam uma campanha extremamente longa, de quase oito meses, pela Casa Branca

Fotos: TANNEN MAURY e Brendan Smialowski / AFP
Apoie Siga-nos no

O presidente Joe Biden e seu rival Donald Trump alcançaram na terça-feira (12) o número suficiente de delegados para garantir as indicações de seus partidos e confirmaram seus nomes como candidatos nas eleições de 2024, segundo as projeções da imprensa dos Estados Unidos.

Os resultados das quatro eleições estaduais de terça-feira eram uma conclusão previsível das primárias dos partidos Democrata e Republicano, nas quais Biden e o ex-presidente Trump não tinham mais rivais.

Biden superou a marca de 1.968 delegados necessários ao vencer a disputa na Geórgia, um estado crucial onde Trump enfrenta um julgamento por suposta conspiração para tentar alterar os resultados das últimas eleições.

Ao mesmo tempo, a vitória de Trump no estado de Washington o ajudou a assegurar os 1.215 delegados necessários para obter a indicação republicana, o que o leva de volta à disputa da presidência.

A caminho de uma revanche de 2020, Biden atacou, em um comunicado, o rival nas eleições de novembro.

“Sinto-me honrado de que a ampla coalizão de eleitores que representa a rica diversidade do Partido Democrata em todo o país tenha depositado a sua confiança em mim mais uma vez para liderar o nosso partido – e o nosso país – no momento em que a ameaça que Trump representa é maior do que nunca”, afirmou Biden, que criticou a “campanha de ressentimento e vingança” do republicano.

Geórgia, Mississippi, Washington e Havaí – o estado insular do Pacífico onde a votação ainda deveria ser concluída – ofereciam um total combinado de 161 delegados no lado republicano. Trump, sem oposição, precisava de 137 para concluir a disputa de maneira matemática.

A notável vitória de Trump em quase todas as primárias estaduais até o momento o levou a garantir a indicação muito antes da maioria dos candidatos em campanhas anteriores.

Os resultados provocam uma campanha extremamente longa, de quase oito meses, pela Casa Branca entre os dois homens mais velhos no início de seus mandatos presidenciais nos Estados Unidos.

Com vários processos judiciais abertos contra ele, Trump insistiu em um comunicado que o Partido Republicano está forte e unido.

“Nós somos agora, sob o corrupto Joe Biden, uma nação do terceiro mundo, que usa o Sistema de Injustiça para perseguir seu oponente político, EU!”, escreveu em sua plataforma Truth Social.

“Mas não temam, não vamos falhar, nós vamos recuperar o nosso outrora grande País”, acrescentou.

Geórgia

Geórgia, o estado do sudeste, localizado na fronteira com a Flórida, costuma inclinar-se pelo candidato republicano nas eleições presidenciais.

Os georgianos escolheram Trump em 2016, na disputa contra Hillary Clinton, mas o abandonaram em 2020, votando em Joe Biden. A margem de votos entre eles foi pequena, menos de 12.000, e o republicano nunca reconheceu sua derrota.

Trump pressionou os funcionários eleitorais estaduais, pedindo por meio de um telefonema que “encontrassem” o número de votos que ele precisava para vencer.

A conversa gravada tornou-se pública e as autoridades da Geórgia apresentaram uma denúncia, expondo Donald Trump a uma possível pena de prisão e à vexatória “foto de réu” capturada pela polícia da capital, Atlanta, que circulou pelo mundo.

Disputa em novembro

Assim como em 2020, a Geórgia também pode ser decisiva nas eleições de novembro. O duelo anunciado é o mesmo: Donald Trump, 77 anos, contra Joe Biden, 81 anos, e a diferença é muito estreita, de acordo com as pesquisas.

Ambos fizeram comícios no estado no último sábado. Enfrentam-se em dois temas recorrentes: a idade de Biden e a migração.

Fortalecido por um discurso agressivo na semana passada perante o Congresso, Joe Biden viajou até Atlanta para mobilizar eleitores negros e latinos.

Trump intensificou seus ataques contra os migrantes que cruzam a fronteira com o México, alegando que “envenenam o sangue” do país.

Fiel ao seu estilo, o ex-presidente também zomba de Biden em seus comícios, imitando sua maneira de falar, às vezes gago, e de andar, um pouco rígida.

Na disputa democrata, Biden venceu nas Ilhas Marianas do Norte, controladas pelos Estados Unidos, e nos estados da Geórgia, Mississippi e Washington, assim como entre os residentes no exterior.

Além da Geórgia, outros estados em que o voto pode se inclinar para um ou outro partido e que podem decidir o resultado das eleições são: Pensilvânia, Michigan, Arizona, Carolina do Norte, Wisconsin e Nevada.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo