Mundo
Autores do atentado fracassado contra Cristina Kirchner são condenados na Argentina
O responsável pelo ataque, Fernando Sabag Montiel, recebeu a pena de 10 anos de prisão, enquanto sua cúmplice, Brenda Uliarte, foi sentenciada a 8 anos


Os dois réus acusados da tentativa de assassinato contra a ex-presidente argentina Cristina Kirchner em 2022 foram condenados nesta quarta-feira 8 a dez e oito anos de prisão, no final do julgamento deste caso que abalou a sociedade argentina.
Fernando Sabag Montiel, de 38 anos, foi condenado a dez anos de prisão por tentativa de homicídio agravado com arma de fogo, pena que, somada a outras anteriores, eleva a condenação total para 14 anos, informou a juíza em um tribunal ao norte de Buenos Aires.
Sua então namorada, Brenda Uliarte, de 26 anos, deve cumprir oito anos de prisão por ter sido “participante necessária”, disse a juíza.
Justiça argentina condena Fernando Sabag Montiel a 10 anos de prisão por tentar assassinar Cristina Kirchner. Foto: Luis ROBAYO / AFP
Em 1º de setembro de 2022, Sabag Montiel se misturou aos apoiadores que saudavam a então vice-presidente argentina (2019-2023) em frente à sua casa e engatilhou duas vezes uma arma contra a cabeça dela, sem que os projéteis saíssem.
Em suas últimas palavras antes de ouvir a sentença, Sabag se referiu a outros casos vinculados à política e evocou conspirações de forma confusa: “Todo este caso foi armado e isso é conhecido”, disse.
“Se pensam em me fazer desaparecer [com a prisão], é algo que precisam pensar porque não pode passar tranquilamente”, prosseguiu. Uliarte se recusou a falar.
Brenda Uliarte pegou 8 anos de prisão por participar da tentativa de assassinato de Cristina Kirchner. Foto: Luis ROBAYO / AFP
Ao longo do julgamento, iniciado em junho do ano passado, Sabag Montiel admitiu que quis matar Kirchner como “um ato de justiça”, pois, segundo afirma, ela “é corrupta, rouba e faz mal à sociedade”.
A justiça absolveu um terceiro indiciado, Nicolás Carrizo, que tinha sido acusado de planejar o ataque. “Estes três anos ninguém vai me devolver”, lamentou Carrizo.
Kirchner, presidenta da Argentina entre 2007 e 2015, está atualmente em prisão domiciliar após ter sido condenada a seis anos de prisão e perder os direitos políticos permanentemente por administração fraudulenta na concessão de obras viárias durante seu mandato.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.