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Argentina carece de fundos para pagar fiança em disputa legal da YPF nos EUA

“Há um problema, porque o dinheiro nós não temos, mas temos a vontade de pagar”, disse o mandatário ultraliberal Javier Milei

Argentina carece de fundos para pagar fiança em disputa legal da YPF nos EUA
Argentina carece de fundos para pagar fiança em disputa legal da YPF nos EUA
Foto: Luis ROBAYO / AFP
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A Argentina não dispõe dos fundos necessários para pagar uma fiança no contencioso perante a justiça dos Estados Unidos pela nacionalização da petrolífera YPF, que vence em 10 de janeiro, afirmou nesta terça-feira (26) o presidente Javier Milei.

“Há um problema, porque o dinheiro nós não temos, mas temos a vontade de pagar”, disse o mandatário ultraliberal em uma entrevista ao canal La Nación +.

A juíza Loretta Preska, de Nova York, condenou em setembro a Argentina a pagar US$ 16,1 bilhões (R$ 77,8 bilhões) a duas empresas acionistas da YPF que não foram indenizadas após a nacionalização em 2012 da petrolífera que era controlada então pela espanhola Repsol.

Dois anos após a nacionalização, a Repsol foi indenizada com US$ 5 bilhões (R$ 24 bilhões) para encerrar a disputa; mas não outros acionistas minoritários como o Grupo Petersen ou Eton Park Capital (25,4% do capital da YPF), que em 2015 entraram com uma ação alegando que o país não havia apresentado uma oferta pública de aquisição conforme previa a lei.

A justiça americana deu prazo à Argentina até 10 de janeiro de 2024 para depositar a fiança e estabeleceu que poderia fazê-lo com ações da própria YPF.

Milei afirmou que está considerando “pagar a este fundo com um bônus perpétuo chamado taxa Kicillof”, referindo-se ao governador peronista da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, na época interventor da empresa e depois ministro da Economia da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-15).

O presidente justificou que o nome é para que “os argentinos lembrem todos os dias essa barbaridade que Kicillof fez e que faz com que todos os dias tenhamos que estar colocando uma determinada quantidade de dólares para pagar o erro de um garoto cuja perspectiva ideológica prejudicou os 46 milhões de argentinos”.

Milei, um economista libertário que assumiu a presidência em 10 de dezembro, promove uma desregulação da economia argentina e lançou um decreto que facilita a privatização de empresas estatais como a YPF.

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