Justiça

TRF-2 aplica pena de censura a Marcelo Bretas por acompanhar Bolsonaro e Crivella em ato político

Colegiado apontou que essa proximidade com políticos ‘não é conveniente ao magistrado’

O JUIZ FEDERAL TITULAR DA 7ª VARA FEDERAL CRIMINAL DO RIO DE JANEIRO, MARCELO BRETAS. FOTO: TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL
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Por 11 votos a 1, o Órgão Especial do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) decidiu, nesta quinta-feira 17, aplicar pena de censura ao juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio, por participar de eventos ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos).

Segundo o colegiado, Bretas demonstrou uma desnecessária proximidade com políticos. “Não é desabonador estar na companhia do presidente da República, mas gera superexposição e demonstra prestígio”, afirmou o relator do processo, o desembargador federal Ivan Athié. “Não é conveniente ao magistrado”, completou, em referência à participação de Bretas na inauguração de uma alça na Ponte Rio-Niterói e em uma celebração evangélica, em fevereiro deste ano, ao lado de Bolsonaro e Crivella.

No julgamento desta quinta, a defesa do magistrado sustentou que a presença dele nos eventos não teve qualquer motivação política e atendeu a uma exigência do estafe presidencial. “Ele entrou na comitiva presidencial no aeroporto Santos Dumont para ir ao culto. Como tinha uma inauguração antes, ele participa, mas não faz discurso. Ele sai do evento e vai para o culto evangélico”, argumentou o advogado Mauro Gomes de Mattos.

O desembargador Ivan Athié, no entanto, apontou que Bretas se contradisse ao alegar que não sabia que, além do culto evangélico, haveria a inauguração de uma obra na agenda. Isso porque o próprio magistrado anexou em sua defesa um documento do gabinete pessoal da Presidência da República que informava sobre o evento.

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