Justiça

Toffoli nega pedido de Cunha para suspender condenações da Lava Jato

Defesa do ex-presidente da Câmara alegava suspeição de Sergio Moro

Toffoli nega pedido de Cunha para suspender condenações da Lava Jato
Toffoli nega pedido de Cunha para suspender condenações da Lava Jato
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PRD-SP) para anulação das condenações no âmbito da Operação Lava Jato.

No pedido, os advogados de Cunha alegaram que o então juiz Sergio Moro (hoje senador pelo União Brasil-PR) agiu de maneira tendenciosa contra ele, e solicitaram que o ex-deputado tivesse o cancelamento das penas, de maneira semelhante ao que aconteceu com o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O argumento é também semelhante ao adotado pelo ex-ministro José Dirceu, que, recentemente, teve suas condenações revistas pelo tribunal.

“Agindo como parte interessada – algo abjeto no Estado Democrático de Direito –, o Juiz claramente desenhou a estratégia persecutória, uma gestão de riscos”, escreveram os advogados de Cunha na petição enviada ao Supremo.

A defesa alega ainda que análise das mensagens reveladas pelas reportagens da Vaza Jato indica que os procuradores da extinta Força-Tarefa da operação no Ministério Público buscaram direcionar depoimentos para gerar provas contra o ex-deputado.

“Eduardo Cunha era alvo preexistente da operação, e um ‘troféu’ a ser perseguido no curso da Operação Lava Jato, que almejava vê-lo despido de qualquer relevância no cenário político nacional”, prossegue o pedido.

Ao negar o pedido, Toffoli destaca que a solicitação dos advogados de Cunha cita situação “extremamente subjetiva” que não se relaciona com o precedente do caso de Lula.

“Dessa maneira, trata-se de questões estranhas ao julgado cuja extensão de efeitos se busca, não havendo a aderência necessária ao deferimento do pedido”, complementa o ministro do Supremo.

O caso Dirceu, que teve desfecho diferente no STF, vale dizer, foi lido de forma distinta, uma vez que os processos contra o ministro petista teriam sido adotados como ensaios para a denúncia contra Lula. A proximidade entre os dois políticos foi levada em consideração na decisão proferida por Gilmar Mendes.

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