Justiça

STM manda prender tenente do Exército acusado de homicídio em terra indígena

A Corte rejeitou, porém, prender os outros sete militares acusados de envolvimento na ação em Roraima

STM manda prender tenente do Exército acusado de homicídio em terra indígena
STM manda prender tenente do Exército acusado de homicídio em terra indígena
Sessão do STM em 25 de março de 2025. Foto: Divulgação/Flickr/STM
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O Superior Tribunal Militar determinou a prisão preventiva de um tenente do Exército denunciado pela morte de dois garimpeiros no Rio Uraricoera, em Roraima. A área está em uma terra indígena próxima à fronteira com a Venezuela. O processo tramita em segredo de justiça.

O oficial comandava um pelotão especial de fronteira e dirigia uma patrulha de barco com outros sete militares. Na madrugada de 21 de setembro de 2023, o grupo perseguiu três garimpeiros que fugiram em uma embarcação, contra os quais disparou munição real e balas de borracha.

Segundo a denúncia do Ministério Público Militar, um dos garimpeiros morreu na hora após ser atingido por um tiro de fuzil, enquanto outro, ferido, foi esfaqueado até a morte. Os militares lançaram os corpos no rio, de acordo com os autos.

O terceiro garimpeiro sobreviveu aos ferimentos e denunciou o caso à polícia local. Um indígena que seria o guia da embarcação dos militares também relatou os fatos ao Exército e à Polícia Federal.

Além de homicídio, os militares respondem por ocultação de cadáver e destruição de provas.

Após uma derrota na instância inferior, o MPM recorreu ao STM para restabelecer a prisão do tenente e obter a detenção dos outros sete militares integrantes da patrulha.

Relator no STM, o ministro Carlos Vuyk de Aquino votou por decretar somente a prisão do oficial comandante da patrulha, “pelo menos até que mais elementos sobrevenham aos autos com o correr das investigações conduzidas no âmbito do Exército Brasileiro.”

O tenente já responde a uma ação penal na Justiça Militar da União em Manaus. Outro Inquérito Policial Militar, aberto pelo Exército, apura a participação dos demais militares na ação criminosa.

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