Justiça
STJ amplia penas de policiais condenados pela morte de Amarildo
O ajudante de pedreiro desapareceu na favela da Rocinha em julho de 2013, após ser detido e levado por PMs
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu nesta terça-feira 22, por unanimidade, ampliar as penas de policiais militares condenados pelo desaparecimento e pela morte de Amarildo de Souza.
O ajudante de pedreiro desapareceu na favela da Rocinha em 14 de julho de 2013, após ser detido e levado por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora da região.
Confira as novas penas:
- major Edson Raimundo dos Santos: 16 anos, 3 meses e 6 dias de reclusão;
- soldado Douglas Roberto Vital Machado: 13 anos e 8 meses de reclusão;
- tenente Luiz Felipe de Medeiros: 12 anos, 8 meses e 3 dias de reclusão.
Os soldados Marlon Reis, Felipe Maia, Wellington da Silva, Anderson Maia e Jorge Luiz Coelho foram condenados a 9 anos, 5 meses e 15 dias de reclusão cada.
Em 13 de julho deste ano, a ONG Rio de Paz realizou um protesto em frente ao Copacabana Palace, na zona sul do Rio de Janeiro, para cobrar do governo estadual a responsabilização pelo desaparecimento de Amarildo. O ato também exigiu explicações sobre os demais desaparecidos no estado – de acordo com a entidade, são mais de cinco mil por ano.
“Assassinato seguido de ocultação de cadáver é algo que faz parte do cotidiano do estado do Rio de Janeiro”, disse na ocasião o fundador da Rio de Paz, Antonio Carlos Costa. “Estamos perante um escândalo. Agentes do poder público matam um cidadão brasileiro, ocultam o seu corpo e vivemos em uma cidade tomada de cemitérios clandestinos. É a barbárie. Como não protestar?”
Ao todo, 25 policiais foram processados. Um deles morreu antes da decisão e 12 foram condenados por sequestro, tortura, morte e ocultação do cadáver de Amarildo.
(Com informações da Agência Brasil)
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