Justiça

STF decide por unanimidade validar liminares de Dino sobre emendas parlamentares

Decisões foram analisadas no plenário virtual da Corte nesta sexta-feira

STF decide por unanimidade validar liminares de Dino sobre emendas parlamentares
STF decide por unanimidade validar liminares de Dino sobre emendas parlamentares
O ministro Flávio Dino durante Sessão plenária do STF. Foto:: Gustavo Moreno/SCO/STF
Apoie Siga-nos no

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, manter as liminares do ministro Flávio Dino que suspendeu os pagamentos da emendas impositivas e impôs restrições aos repasses das chamadas emendas pix. Os casos estão sendo analisados pela Corte desde o início da madrugada desta sexta-feira 16 no plenário virtual.

O primeiro voto foi do próprio relator, que optou por reforçar as suas decisões dadas em caráter liminar. Depois, Dino foi acompanhado por André Mendonça, Edson Fachin, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes. A maioria foi então formada por Dias Toffoli, que protocolou seu voto pouco antes das 10h. Todos os 11 ministros optaram por seguir o voto do relator.

A suspensão das emendas impositivas e as restrições para o pagamento das emendas pix intensificaram, nos últimos dias, a tensão entre o Congresso e o Supremo.

Em resposta, parlamentares pediram a intervenção do presidente da Corte, o ministro Luís Roberto Barroso, no caso. A ação pedia a derrubada da decisão liminar sobre as emendas impositivas. O pedido, no entanto, foi negado por Barroso, permitindo que o julgamento seguisse seu curso normal.

Em outra frente de ataque, uma comissão da Câmara dos Deputados barrou um incremento de 1,3 bilhão de reais ao orçamento do Poder Judiciário brasileiro.

As liminares

As liminares dadas por Dino foram adotadas diante da falta de transparência nos modelos de pagamentos.

No caso das emendas pix, apenas transferências que atendam aos critérios de transparência e rastreabilidade são permitidas. Recursos também podem ser repassados para obras em andamento e situações de calamidade pública. 

Dino justificou sua decisão com base em relatórios de organizações não governamentais que indicaram um aumento significativo nos valores destinados por meio das emendas pix — totalizando 6,7 bilhões de reais no ano passado, mais da metade do total transferido em 2022.

Dino argumentou que a falta de controle na aplicação desses recursos, semelhante ao problema das emendas de relator, conhecidas como Orçamento Secreto durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), precisa ser corrigida para evitar um “jogo de empurra” onde ninguém se responsabiliza pela correta e transparente execução dos fundos.

Já no caso das emendas impositivas. Dino optou por suspender o pagamento até que o Congresso Nacional adote novas regras de transparência sobre a aplicação dos recursos.

Ao apoiar as decisões de Dino, Mendonça, que também deu voto vogal, destacou a busca por uma solução negociada entre os Poderes. Ele mencionou a possibilidade de avançar em um entendimento por meio de reuniões técnicas com o Núcleo de Conciliação da presidência do STF. O mesmo alerta foi dado por Barroso mais cedo nesta sexta-feira.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo