Justiça

STF confirma arquivamento de inquérito por desvios em instituição religiosa em Goiás

O entendimento da Primeira Turma é que seria necessário reexaminar provas para reverter a decisão, o que não é possível no recurso

STF confirma arquivamento de inquérito por desvios em instituição religiosa em Goiás
STF confirma arquivamento de inquérito por desvios em instituição religiosa em Goiás
Ministra Cármen Lúcia. Foto: Nelson Jr./STF
Apoie Siga-nos no

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal negou um recurso contra o encerramento de um inquérito civil que apurava desvios de verbas na gestão da Associação Filhos do Pai Eterno.

Entre os objetivos da arrecadação estaria a construção de uma basílica em Trindade (GO). O entendimento do colegiado foi que seria necessário reexaminar provas para reverter a decisão, o que não é possível nesse tipo de recurso.

A investigação mirava suspeitas de que o padre Robson de Oliveira Pereira e outros integrantes da entidade teriam utilizado, em benefício próprio, valores doados pelos fiéis.

O Tribunal de Justiça de Goiás mandou arquivar a apuração criminal por entender que não houve comprovação de prejuízo das vítimas, o que seria indispensável para configurar o crime de apropriação indébita. Autorizou, porém, o prosseguimento da investigação civil.

Ao julgar um habeas corpus do padre, o Superior Tribunal de Justiça concluiu que havia uma reutilização de provas colhidas na investigação criminal e, por isso, ordenou o arquivamento da apuração civil. O Ministério Público goiano acionou, então, o STF e sustentou ter competência para apurar possíveis irregularidades na gestão de recursos recebidos por uma instituição privada de utilidade pública.

Relatora do recurso, a ministra Cármen Lúcia afirmou qoe o STJ não contestou a competência geral do MP-GO, mas identificou que o inquérito civil em questão tentou burlar o trancamento da investigação criminal.

Ela disse também que, a fim de reverter a decisão do STJ, seria preciso reavaliar fatos e provas, algo incabível em um recurso extraordinário. Acompanharam a relatora Cristiano Zanin e Luiz Fux. Alexandre de Moraes e Flávio Dino ficaram vencidos.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo