Justiça

Poderes têm dever de cumprir decisões do Judiciário, diz Barroso

O discurso do presidente do STF ocorre apenas um dia após seu encontro com os presidentes da Câmara e do Senado, que tentam um acordo para destravar as emendas parlamentares

Poderes têm dever de cumprir decisões do Judiciário, diz Barroso
Poderes têm dever de cumprir decisões do Judiciário, diz Barroso
Conferência Magna com o ministro Barroso na audiência pública sobre IA no Judiciário Ministro Luís Roberto Barroso - Presidente do CNJ e do STF. Foto: Zeca Ribeiro/Agência CNJ
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quinta-feira 24, que os Poderes Executivo e Legislativo têm a obrigação de cumprir as decisões impostas pelo Judiciário brasileiro. Em sua avaliação, o País viveu situações “um pouco anômalas” no cumprimento dessas determinações, mas que agora “parece ter voltado à normalidade”.

“Em um Estado constitucional democrático, os outros Poderes têm o dever de cumprir as decisões judiciais, e isso geralmente ocorre no Brasil. Tivemos algumas situações anômalas a esse respeito”, declarou Barroso, sem mencionar nomes.

As declarações do ministro foram feitas durante a 1ª Conferência Internacional para a Sustentabilidade do Poder Judiciário, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do qual Barroso também é presidente.

O discurso de Barroso ocorreu um dia após seu encontro com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente, em uma tentativa de buscar consenso para a liberação das emendas parlamentares, bloqueadas pelo ministro Flávio Dino.

As emendas especiais e impositivas estão congeladas até que o Legislativo implemente novas regras de transparência, exceto para recursos destinados a obras em andamento ou situações de calamidade pública.

A medida, no entanto, gerou insatisfação no Congresso, que considera a decisão do STF uma invasão à autonomia financeira do Parlamento. Como represália, parlamentares aumentaram a pressão para a aprovação do Projeto de Lei que pretende diminuir os poderes da Suprema Corte, limitando as decisões monocráticas de ministros.

Há duas semanas, Dino manteve o bloqueio das emendas, justificando que o Congresso não forneceu informações detalhadas que permitam verificar o cumprimento do acórdão do STF. Ele declarou que a liberação dos recursos só ocorrerá após garantir total transparência e rastreabilidade dos montantes destinados.

Meio Ambiente

Barroso aproveitou a ocasião também para criticar a inércia dos demais Poderes em relação à proteção ambiental e à sustentabilidade. “Ainda há muito negacionismo e inércia nos entes de natureza política”, ressaltou ele sobre o tema.

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