A Polícia Federal concluiu existirem indícios suficientes para caracterizar como crime as ameaças deferidas contra diretores da Anvisa por homem contrário à vacinação de crianças.
Em novembro, servidores receberam um e-mail de um homem que noticiava a pretensão de tirar o filho da escola para que a criança não fosse obrigada a tomar uma “vacina experimental”.
Na mensagem ele dizia que “quem ameaçar, quem atentar contra a segurança física do meu filho: será morto. Isso não é uma ameaça. É um estabelecimento”.
O delegado responsável pelo inquérito afirmou que “restou claro que o ‘estabelecimento’ prolatado […] seria mais que uma ameaça, mas uma certeza de que o mal injusto e grave ocorreria”.
Por ser um crime de menor potencial ofensivo, o homem não foi indiciado e o processo será enviado ao Ministério Público para oferecimento de denúncia ou arquivamento.
À época dos fatos, a Anvisa ainda não havia sequer avaliado a possibilidade de imunização de menores de 12 anos.
A vacinação desse grupo foi aprovada na última quinta-feira 16 e uma nova enxurrada de ameaças foram recebidas pelos servidores da agência.
Em live realizada horas após o anúncio da decisão do órgão de saúde, o presidente Bolsonaro usou o tom intimidatória para se divulgassem os nomes dos responsáveis pela liberação das vacinas para crianças.
“Não sei se são os diretores e o presidente que chegaram a essa conclusão ou é o tal do corpo técnico, mas, seja qual for, você tem o direito de saber o nome das pessoas que aprovaram aqui a vacina a partir dos cinco anos para o seu filho. (…) Agora mexe com as crianças. Então quem é responsável é você pai. Tenho uma filha de 11 anos. Vou estudar com a minha esposa qual decisão tomar”, disse Bolsonaro.
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