Justiça

Pastores que usam nome de Paulo Guedes para dar golpes são alvos de operação policial

Grupo aplicava golpe em evangélicos e disseminava fake news na internet, além de instigar público contra o ministro Alexandre de Moraes

Pastor Osório José Lopes, de Goiás, suspeito de aplicar golpes — Foto: Reprodução/YouTube
Apoie Siga-nos no

A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, nesta quarta-feira 20, a Operação Falso Profeta, que visa cumprir dois mandados de prisão preventiva e outros 16 de busca e apreensão contra uma suposta organização criminosa, suspeita de praticar golpes financeiros usando o nome do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. 

Os mandados expedidos pela Justiça do Distrito Federal autorizam medidas em Brasília, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Paraná. 

O grupo, liderado pelo pastor goiano Osório José Lopes Júnior, aplicava golpes em fiéis com a venda de títulos que, segundo ele, são lastreados em ouro e apresentados como Letra do Tesouro Mundial. Apesar de se apresentar como pastor, Osório não é lidado formalmente a nenhuma igreja. 

Ele afirmava que os títulos oferecidos já contariam com autorização do governo federal, por meio do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, para serem pagos. O ex-ministro, indica a Polícia, não tem nenhum envolvimento no esquema. 

Osório também usava logomarca de entidades financeiras, como Banco Mundial e Banco do Brasil, para dar credibilidade às fraudes. 

Os golpistas davam prioridade para abordar fiéis de diferentes igrejas. Por meio das redes sociais, utilizavam-se de teorias conspiratórias para convencer vítimas a investir nas operações financeiras fictícias ou projetos falsos de ações humanitárias.

A investigação apurou a existência de mais de 50 mil vítimas no Brasil e no exterior. A organização atua na aplicação de golpes há pelo menos nove anos. Ao todo, o grupo movimentou cerca de 156 milhões de reais nos últimos cinco anos. 

Além dos pastores envolvidos no esquema, os investigadores cumprem mandados contra ex-candidatos a deputados federais e ex-candidatos a prefeitos. Os nomes ainda não foram revelados pela Polícia.

Segundo as investigações, os políticos seria os responsáveis por disseminar fake news pelas redes para ludibriar as vítimas. Um dos suspeitos alvo foi interceptado instigando o público dele a hostilizar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em um aeroporto. 

A investigação identificou a participação de pelo menos 200 pessoas na organização criminosa. 

Entre os crimes investigados estão falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e estelionato por meio de plataformas de redes sociais.

Além das prisões e buscas, a Justiça do DF ainda autorizou o bloqueio de valores, bloqueio de redes sociais e proibição do uso de redes sociais e mídias digitais pelos suspeitos. 

Em dezembro de 2021, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu um suspeito de participar do esquema após ele usar documentos falsos em uma agência bancária em Brasília. Na ocasião, ele simulou possuir um crédito de aproximadamente 17 bilhões de reais. Mesmo com a prisão do comparsa, o esquema continuou operando.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo