Justiça
Nunes Marques libera para julgamento primeiras ações contra réus do 8 de Janeiro
Agora cabe à Presidência do STF marcar a data do julgamento dos acusados de depredar prédios públicos e atentar contra o Estado Democrático de Direito
O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, liberou para julgamento, nesta segunda-feira 28, a primeira leva das ações penais contra os acusados por atos golpistas do 8 de Janeiro.
Agora cabe à Presidência da Corte marcar a data para a análise das acusações feitas contra os réus que respondem por depredação, associação criminosa e atentado contra o Estado Democrático de Direito.
Entre os réus que serão julgados estão Aécio Lucio Costa Pereira, João Lucas Vale Giffoni e Jupira Rodrigues. Os bolsonaristas são apontados como os executores dos atos e pesam contra si os crimes mais graves, cujas penas somadas podem chegar a 30 anos de prisão.
Segundo manifestação da Procuradoria-Geral da República, os atos golpistas foram planejados com antecedência, com claro propósito de tomada do poder.
“Os eventos criminosos protagonizados pela horda antidemocrática em 8 de janeiro são desdobramentos” de fatos “encadeados de forma sucessiva”, disse o órgão.
Até o momento 1.395 pessoas respondem a crimes relacionados aos atos golpistas do 8 de Janeiro. A expectativa é de que os 250 casos mais graves sejam julgados até o fim do ano.
Na semana passada, o ministro relator das ações, Alexandre de Moraes, autorizou que a PGR negocie acordos de não persecução penal com parte dos réus que participaram das invasões dos prédios públicos.
Caso os acordos sejam firmados, ocorrerá a suspensão do prosseguimento das ações penais contra os investigados que podem ser beneficiados, mediante algumas condições.
Segundo o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, a medida poderia ser aplicada, por exemplo, para 1.156 réus que foram detidos em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, no dia seguinte a tentativa de golpe. O grupo responde por incitação aos atos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.