Justiça
Moraes manda à PGR ação que pode colocar viagem de Carlos Bolsonaro no Inquérito da Milícia Digital
O ministro estabeleceu o prazo de cinco dias para a manifestação de Augusto Aras
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, encaminhou à Procuradoria-Geral da República uma petição do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) que pode colocar a viagem do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) à Rússia no Inquérito da Milícia Digital.
Moraes estabeleceu nesta quarta-feira 23 o prazo de cinco dias para manifestação do órgão chefiado por Augusto Aras.
O objetivo da ação, diz Randolfe, é apurar “as circunstâncias da viagem da comitiva presidencial à Rússia, em especial dos integrantes do conhecido ‘gabinete do ódio’, e seus reflexos sobre a integridade das eleições de 2022”.
Segundo o parlamentar, ministros como Paulo Guedes, Anderson Torres e Tereza Cristina foram preteridos “para manutenção das presenças questionáveis do vereador internacional Carlos Bolsonaro e do ‘especialista’ internacional Tercio Arnaud, que estariam tendo agendas bastante estranhas em solo russo”.
Arnaud é apresentado na petição como “conhecido integrante do ‘gabinete do ódio’ e articulador de fake news“.
A peça menciona que “a origem dos principais ataques hackers é a Rússia, comprovadamente envolvida com a votação do Brexit em 2016 e as eleições norte-americanas em 2016 e 2020″. Também cita os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro.
“Qual a verdadeira razão para uma viagem à Rússia em momento internacional tão delicado, com uma comitiva sui generis, com ausência de ministros e a presença de numerosos integrantes de seu gabinete do ódio, e no início do ano eleitoral, cujo pleito, ao que indicam as pesquisas de intenções de votos e de rejeição ao governo até o presente momento, [Bolsonaro] perderá?”, questiona a petição.
Randolfe pede que o STF obrigue a Presidência da República a apresentar, em até 24 horas:
- “relação nominal dos integrantes da comitiva presidencial;
- agenda individualizada de cada um dos integrantes da comitiva presidencial com a exposição sumária dos temas tratados e das contrapartes envolvidas;
- resultados individualizados e concretos das agendas dos integrantes da comitiva presidencial, inclusive e sobretudo daqueles integrantes do já conhecido ‘gabinete do ódio’, como o vereador Carlos Bolsonaro e o assessor Tércio Arnaud; e
- tomada do depoimento do vereador Carlos Bolsonaro e do assessor Tércio Arnaud”.
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